sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Infidelidade Conjugal

Recebi a seguinte mensagem:

Por necessidade saí procurando e encontrei um artigo que voce escreveu.

Sou casada há 30 anos e tenho enfrentado alguns problemas em relação à traiçao. E isto me faz sofrer muito.
há seis anos passei por uma situação delicada, entrei em depressão, foi horrivel, embora lembre sempre, posso até dizem que não sofria mais.
Recentemente descobri várias mensagens de uma pessoa declarando amor ao meu esposo e falando o quanto o ama. Foi horrivel. No começo negou, mas terminou confessando em parte.
Estou arrasada, e tenho muito medo de novamente entrar em depressão e ver-me mais uma vez diante de um neurologista e numa cadeira emfrente a um psicologo, o que na verdade é deprimente, humilhante e mesquinho.
No momento o meu unico desejo é a separação.
Mas pra mim está sendo horrivel. Deixei tudo para trás, terminei faculdade, mas ele sempre da maneira dele me impedia de trabalhar, e sempre que começava alguma atividade, do jeito dele, me fazia desistir. Na verdade ele tinha muito medo que eu o deixasse.
Hoje encontro-me com 54 anos, não tem mercado de trabalho pra mim,
Estou arrasada, sofrida, machucada, ferida e muito envergonhada.
Uma vez que não está incerido no problema, se você puder me dar algum parecer, fico muito agradecida.
Acredito que quando no relacionamento estas coisas acontecem é porque o respeito acabou.
Aguardo uma resposta, pelo menos pra amenizar minha angústia.
Acredito que deixa-lo é um ato de dignidade.

Resposta:

Olá!
Em relação ao seu problema, e ao de qualquer pessoa que me procure, sempre deixo claro que emito opiniões pessoais, pontos de vista particulares, e não digo o que se `deve ou não fazer`. Decisões a respeito da vida de terceiros não cabem a mim. Nem tenho esse direito. Cada um decide por si mesmo o que é melhor a fazer. Mas como algumas pessoas acham minhas reflexões pertinentes, entendo que venham me perguntar o que acho dessa ou daquela situação.
No seu caso, citando superficialmente, levando em conta apenas os poucos dados que você me apresentou através do seu e-mail, posso dizer algumas coisas, igualmente superficiais:

Você diz que está `arrasada, e tem muito medo de novamente entrar em depressão e ver-se mais uma vez diante de um neurologista ou numa cadeira em frente a um psicólogo, o que na verdade é deprimente, humilhante e mesquinho.`.
Não consigo entender o que há de deprimente, humilhante e mesquinho em procurar ajuda de um profissional para adquirir estabilidade emocional para lidar com um problema. Quando estamos doentes, procuramos um médico para cuidar de nossas doenças, e não achamos deprimente, humilhante ou mesquinho cuidar da nossa saúde física. A saúde mental é tão importante quanto a física, e se existem profissionais dessa área, nada mais justo que procurá-los, de acordo com as condições de cada um, para cuidar de um problema de ordem emocional. Ao estar `numa cadeira em frente à um psicólogo`, você está na frente de um profissional, que está ali para te ajudar a resolver um problema. Muito ao contrário de humilhante ou mesquinho, é uma situação muito lógica e racional, pois assim como o médico está ali para lhe ajudar, você está ali para SE ajudar. Procurar ajuda não tem nada de humilhante. Raríssimas pessoas tem tanta auto-suficiência a ponto de `não precisar de ajuda`, e pelo que você deixa claro, você precisa sim de ajuda, mas tem conceitos de orgulho ainda arraigados em sua mente, pelos seus comentários. Se precisa de algo, vá atrás. Expor seus problemas a um profissional, que por ética deve prezar pelo sigilo das informações que você disponibiliza, não tem nada de humilhante, mas sim, de natural. O sentimento de `humilhação`, apesar de compreensível pela situação apresentada, não é logico, nem racional. Esse sentimento é criado dentro de você mesma, pois ainda está presa aos conceitos da sociedade de que uma mulher traída é uma `vítima`, derrotada e humilhada. Não existe nada disso, visto que aparentemente, você não procurou essa traição. E mesmo que tivesse dado motivos para isso, quem trai é quem possui responsabilidade. Supondo que mesmo que você possa ter dado motivos, ele não foi maduro o suficiente, como a maioria das pessoas hoje em dia, para tentar ter uma conversa madura e resolver o assunto da melhor maneira, mesmo que culminasse num pedido de separação. Ambos estariam livres para seguir o caminho que desejassem, sem atitudes que merecessem ser escondidas. Sem mentiras ou traições, honrando um compromisso firmado. Portanto, não existe vítima. Não existe humilhação. Existe uma pessoa ferida, em seu orgulho, magoada em relação aos seus sentimentos ( que você não deixou claro, em momento algum, se existiam ou não ). Então, se pode procurar ajuda, faça isso. Existe muita gente precisando, e gostaria de poder contar com tratamento psicológico, que nesse caso, não se trata de uma doença crônica, e sim, de uma condição, provavelmente temporária. Uma traição pode ferir demais, ou de menos, independente de tamanho de sentimento. É cada um que produz seu escudo contra o sofrimento. Você tem 54 anos, mas não creio que possa ser considerada inválida. Acredito que muitas portas podem ser abertas sim, para que você possa se manter num grau de independência financeira, caso se separe. Difícil?? Sim. Impossível? Não.
Existem muitas senhoras trabalhando por aí. O seu caso não seria de exclusividade onde nenhuma porta possa estar aberta. Citando exemplos comuns, quem quer trabalhar não escolhe emprego. Mulher tem muitas opções para trabalhar por aí, desde que o orgulho não atrapalhe, seja cozinhando, costurando, ou qualquer atividade do gênero. Como já possui formação superior, talvez um curso de atualização possa ajudar a retomar o tempo perdido. Você faz seu caminho. Pode começar com atividades mais modestas para custear um curso desse, e depois entrar na profissão. Enfim, opções não faltam, e creio que você é madura o suficiente para buscá-las.
Um erro comum é deixar o marido `não deixar a mulher trabalhar´. Uma mulher segura de si e independente, não se fia à promessas de que um marido vá a sustentar pelo resto da vida. Situações como a que você mesma está vivendo mostram isso, mas uma maioria, seja por imaturidade, comodismo, ou outras situações, acabam acatando essa situação. Existe um lar para ser administrado, existem filhos para serem criados, inúmeras situações podem contruibuir para uma situação dessas, mas mesmo nesses casos, após uma certa idade dos filhos, uma mulher pode retomar seu caminho. Não estou julgando a sua situação, pois não conheço seus motivos, mas pelo que você mesma disse, dependeu de você sim, e do seu marido, a decisão de que você não trabalhasse, afinal, ele criava os motivos para não deixar, e você os acatava. Então ele quis, e você deixou.

`Prendê-la` em casa, mostra exatamente o que você disse: Ele tinha medo de que você o deixasse, e para que você não encontrasse motivos para isso, lhe colocou um cabresto, que você, seja por que motivo foi, aceitou. O inseguro, no caso, é ele, pelo meu ponto de vista. Ele ainda precisa de auto-afirmação no sentido de se sentir ainda `homem`, conquistador, saindo com outras mulheres. Isso em resumo, significa imaturidade, falta de conhecimento de si próprio, não propriamente `maldade`. Não justifico com isso, ou amenizo, uma situação de traição. Ao assumir um compromisso, qualquer pessoa tem por obrigação procurar amadurecer, focar e investir na relação. Investir não somente na área financeira e material, mas muito mais ainda na sentimental e emocional, procurando crescer como pessoa, como ser humano, amadurecer, eliminar más tendências, adquirir boas. Mas como é um processo individual, depende única e exclussivamente de cada um. E nem sempre as pessoas andam no mesmo passo, ritmo ou velocidade que nós. E muitas vezes também nós não acompanhamos outras pessoas, por preguiça, ou por falta de compreensão.

Você disse que quando essas coisas acontecem no relacionamento, é por que o respeito acabou. Pode ser. Ou por que nunca existiu. Ou por que a maturidade não chegou. Podem ser inúmeros motivos.

Por isso, independente da situação que nos encontremos, temos sempre que focar em nosso crescimento emocional, pessoal. O ser humano é criado para estudar para ganhar dinheiro. O foco é sempre o financeiro. O Ter um EMPREGO melhor. Um SALÁRIO melhor. Um STATUS melhor. Raras pessoas estudam para CONVIVER melhor. Para VIVER melhor. Para SE RELACIONAR melhor. Para AMAR melhor. Isso é passado de geração em geração, é quase automático. Depende de cada um enxergar o que lhe é mais precioso, e focar igualmente nas duas situações, não somente em uma, pois a financeira também é importante. Enfim, seu marido fez aquilo que achou que devia fazer. Uma escolha dele, direito sagrado. Até errar é um direito sagrado. No entanto, cada um arcará com as consequências dos próprios atos. Não digo aqui vingança. Se ele não queria lhe perder, agiu de maneira a conseguir isso. Tardou, mas não falhou. Mentiras sempre, invariavelmente, são descobertas. Cedo, ou tarde. Mas acontece.

Como se trata de escolhas, você escolheu, e ao acatar as vontades dele, ficou bom para ambas as partes, até o presente momento. Apesar disso, não se deve culpar por decisões tomadas. Você fez o que achou melhor fazer naquele momento, com sua maturidade do momento. São escolhas, e não se deve lamentar por elas. Somente lidar com as consequências dessas escolhas da melhor maneira possível. Sem arrependimentos. Focar na solução do problema atual, o que é prático e resolve. Focar no que deveria ter sido feito é perda de tempo, e de energia. O que está feito, está feito.
O problema hoje, é o que tudo isso causou. Seu sentimento de dependência, aliado à traição.
Se separar é uma decisão muito particular. Nenhum lar deveria ser constituído sem amor, mas muita gente ama sinceramente, outras acham que amam, e outras fingem. Seja qual for o caso, um lar é formado, e podem haver descobertas desagradáveis. Como lidar com elas? Existem tantas opções. É preciso analisar com calma, e equilíbrio emocional, antes de se decidir. Por isso, nada melhor que procurar ajuda profissional para ajudá-la a tomar a decissão que achar mais acertada.
Perdão é algo muito particular, e dizer para perdoar, ou não perdoar, não é uma ajuda muito prática. Vai dos seus sentimentos, aliados à equilíbrio emocional suficiente para pensar e chegar na decisão mais acertada.

Outro ponto que não ficou claro: Tem filhos? Já criados?
Se sim, que lhe impede de começar uma nova vida, caso acredite que a relação não mereça mais uma tentativa? Novas rotinas, sair, novas amigas, novas roupas, novo cabelo, etc? Jovialidade não sse encontra na idade, e sim no espírito. Se você se considera velha demais ( o que não é ), novamente seu poder de decisão escolheu seu caminho. Se tratará como uma velha, pensará copmo uma velha, agirá como uma velha. E consequentemente, será tratada como tal. Com todas as consequências.
Existe sim, outras opções. Basta ter coragem de encará-las, e as consequências, positivas ou negativas de cada escolha. Cabe a você buscar cada opção existente, analisar, tentar buscar cada consequência possitiva ou negativa de cada uma, e escolher a que melhor se encaixe nos seus anseios.
Sofrer também é uma escolha. Ser vítima também. Você pode escolher ser uma nova mulher agora, ou ser agora a que deveria ter sido antes. Você pode. Independente, madura, auto-suficiente, segura de si, com auto-estima elevada. Escolha, aja, e será.
Ação gera reação. Não se esqueça disso. Você escolheu viver ao lado dele, por 20 anos mesmo apóss a traição. Muito louvável, perdoar e tentar de novo. Não é qualquer um que consegue perdoar uma traição. Na maioria das vezes, é a mulher quem perdoa. Vc escolheu. Mas nesse período todo, houveram conversas? Existiram `motivos` para essa traição, promessas, etc? E hoje, ao perceber o que aconteceu, as tentativas foram reais? É algo que falta saber, o que ocorreu nesses dois períodos. Como é a relação de vocês dois, com os filhos, etc. O que ELE diz a respeito de tudo isso? São mais dados, que podem incrementar a visão, ainda superficial, que tive sobre o que você me escreveu.

Deixá-lo é um ato de dignidade? Se acredita nisso, realmente, aceite suas escolhas, e esteja preparada para as consequências.
Tanto quanto permanecer com ele. Pese prós e contras, e faça a escolha mais acertada. Procure um advogado, veja quais suas opções, inclusive em relação à pensão.

A única coisa que recomendo, enfim, é que procure sim ajuda profisssional para lidar com a situação. Mal não vai fazer, pelo contrário, pode fazer muito bem, te ajudar a recuperar a auto-estima perdida, a auto-confiança, a auto-suficiência. Tanto um psicólogo, como um bom advogado.

Pressa, é inimiga da perfeição. Estabilize-se primeiro, tanto emocionalmente quanto financeiramente, antes de qualquer atitude.

Aguardo comentários

Abraços!

Continuação:

Obrigada pelo que você escreveu!

Se não resolveu o problema (é claro não era esta a intenção), me acalmou bastante.
Realmente tomar uma decisão não é fácil, pricipalmente quando se tem trinta anos de casamento.
Quanto aos nosso filhos já são todos casados. Eles nunca interferiram no nosso relacionamento, só são muito sinceros quando falam quem está certo ou errado.
Para ficar bem esclarecido sou casada há trinta anos. Meu primeiro namorado foi ele e o unico homem até hoje.
Com dez anos de casada, ele relacionou-se com alguem. Este período foi muito dificil pra mim e meus filhos ,pois eram todos pequenos e ele deixou de coumprir com as despesas financeiras. Ele voltou para ficar conosco alguns meses depois. (claro que o perdoei ) e neste assunto nunca mais se falou.
Há seis anos atras novamente ele arranja outra namorada, foi quando o meu mundo quase desabou. Foi loucura total...
Embora sofrendo muito, mais uma vez o perdoei e neste assunto tambem não se falou mais.
Na verdade ele sempre namorou, eu é que deixava passar. Só que como estes últimos casos foram os mais serios, me fizeram realmente sofrer.
Todos os perdões, todas as renúncias foram por amor, puramente amor. Só que para muitos, amor e sexo nada tem haver. Só que para mim tem sim!
Falar do nosso relacionamento você não vai jamais acreditar , durante este periodo, nunca brigamos feio, ele sempre me tratou com carinho e delicadeza, nunca nem sequer me soltou até hoje um palavrão. O meu tratamento para com ele é de muito carinho. Nunca passa dois dias sem que ligue fazendo uma decalaração de amor, e entre ele e meus filhos sempre escolhi a ele. ( eu sou uma idiota ) e tenho raiva de mim por isso.
Novamente ele apronta. E tenho certeza que ele está com esta pessoa, pois pedi que ligasse pra ela e desfizesse tudo, mesmo que fosse pra me enganar e ele não fez.
Até quando eu vou ser Amelia ou Maria Madalena, sentimentos existem , traição dói e perdão... já nem sei se terei novamente condições de suportar outra, tenho quase certeza que ele não vai parar.

Agradeço imensamente a consideração que voce teve para comigo, e a maneira responsável com que tratou o assunto, que Deus continue te abençoando grandemente e que voce continue ajudando pessoas que sofrem.
* Sim , o artigo foi. " Homens gostam de sofrer?"

Resposta:

Bom, pelo que escreveu agora, diz que os filhos estão criados, e não existem mais deveres ou compromissos na administração de um `lar`. Seu marido realmente, através dos perdões sucessivos, não soube valorizar a relação que tinha. Se chegou em seu limite, e acha que deve mudar a regra que tem sido seguida até agora, vá em frente. Como dizem, `se você sempre faz as mesmas coisas, pode esperar sempre os mesmos resultados`.
Não a acho uma `idiota` por ter feito sua parte no seu casamento. Cada um dá aquilo que tem. Você deu amor e carinho. Não entendi o que quis dizer com `alguns dizem que amor e sexo não tem nada a ver, mas pra você tem`. Seria a tal definição de que sexo e amor são coisas diferentes? Se sim, eu também acredito nisso. Sexo se faz, amor se sente, como diz Flávio Gikovate. Obviamente, não significa que você deva amar um, e fazer sexo com outro. Sou fã da monogamia. No entanto, a distinção sexo/amor é algo que faz sentido. Se você leu o que escrevi em meu blog, recomendo que assista as duas palestras em video que se encontram lá. Dr. Flávio Gikovate explica formidavelmente essa distinção.
Voltando, não tenha raiva de si mesma. Você apenas deu aquilo que era capaz de dar, amor e uma boa dose de perdão. Sem dúvida, ninguém pode dizer que você fez algo de errado. Ele é que se acostumou mal aos seus perdões, e encarou isso como sinal verde para continuar fazendo o que queria. Ele é que não lhe valorizou. Então mude o foco. Não é você que merece ser chamada de idiota, e sim, ele. Você ofereceu coisas boas. Ele não deu valor. Você deu seu melhor, e não deveria se sentir arrependida por isso. Costumo dizer que uma pessoa íntegra é fiel mesmo após traída, é honesta mesmo após ser roubada. Não muda o que é por causa de terceiros. DIgo isso, obviamente, citando valores morais. Não como um incentivo a se manter incentivando comportamentos negativos nos outros através de perdões sem fim.

Outro detalhe: O que é perdão?
Perdoar é não manter sentimentos negativos de ódio, rancor, mágoa, em relação à outra pessoa, causadora de nosso sofrimento.
É entender, assim como Jesus soube, que não existe maldade propriamente dita na maioria das ações, e sim, ignorância.
Ao entender que o causador do sofrimento é um ignorante, em questões de amor, você acaba por reconhecer que ele é apenas um ser ainda na infância emocional e psicológica, e como qualquer criança, merece chances e perdões por suas faltas.

No entanto, é preciso entender que perdoar, no caso de um adulto, não significa necessariamente se manter ao lado da pessoa que lhe causa sofrimento. Perdoar é uma coisa, se manter ao lado é outra. Você pode perdoá-lo, sem no entanto manter a relação. É uma escolha. Sem dúvida, o perdão nos alivia de uma carga negativa muito grande. Deixamos de carregar uma bagagem pesada e ruim, e damos espaço à novas opções de preenchimento. Talvez seja essa a nova oportunidade que você precisa.
Após tudo isso, sem dúvida, creio que seja muito difícil ele parar o que se tornou hábito por 30 anos. Não posso dizer que você deu chances demais, e que isso acabou incentivando esse comportamento, nem dizer que deve encerrar as chances e se separar. Essa é uma decisão sua. Mas sou propenso a acreditar que você, ao perdoar tantas vezes, agiu com o coração e sentimentos sinceros, ou seja, deu o melhor que havia dentro de você, e isso não merece reprimenda. Você foi corajosa. Investiu na relação até o último centavo. Então, não se culpe. Investir é isso: Assumir o risco de perder.

Finalizando:
Sem dúvida, os exemplos de outras pessoas podem servir de alerta à outras, e é por isso que costumo publicar as situações que acho interessantes. Pode ter certeza que respeitarei sua privacidade, e sem dúvida, seu caso pode servir de alerta a muitas outras pessoas.
Estou à disposição para debater o assunto, casa sinta necessidade.

Abraços!

Continuação:

Pensei que não iria mais te importunar, mas vou responder as perguntas que me fizeste.
Estou bem mais aliviada, pelo menos pude desabafar, e você deu atençao ao meu caso de uma maneira digna e muito atenciosa, (embora minha cabeça esteja a mil, os pensamentos fluem de maneira incontrolável ).
Tomar uma decisão desta não é nada fácil pra quem está inserida no caso, as coisas tomam outra dimensão, você entende, na verdade só quem pode decidir sou eu mesma.
Quero agir como sempre agi, de maneira que ao colocar a cabeça no travesseiro não venha a me arrepender, pois consciência pesada dói muito...
Realmente o caso é serio, uma vida é uma vida, tudo que você falou é real, concordo plenamente.
Resposta -Assisti na integra os dois videos e foi ai que eu falei que acredito piamente que amor tem muito haver com sexo sim, é complexo explicar meu ponto de vista, principamente pra não tomar muito o seu tempo. transar por transar é coisa de animal, agir instintivamente. talvez por ter tido uma criação bem rígida e bastante conservadora, continuo valorizando fidelidade.
Sempre joguei limpo com meu esposo, sempre falei pra ele que as pessoas têm o direito ser feliz, se não dá certo com uma pode ser com outra, e se um dia ele viesse a gostar de outra pessoa, antes que um laço amoroso se formasse ele me falase de imediato, jamais eu iria importuná-lo e torná-lo infeliz. Sempre pedi pra não me enganar como fazem em geral os demais.

Voce já é conhecedor de quase toda minha historia, estou me sentindo num divan e acredite está sendo um bom alivio pra mim (não estou te usando como saco de pancada) na verdade estou desabafando e confiando na sua dintegridade.
Na verdade não queria desabafar com um homem, dá uma vergonha... traição dói muito. Doi tanto que nem dá pra explicar. Digo a você: a dor da traição é diferente, é uma dor que queima até a alma, dilacera, incomoda, corrói, destrói até a alma.
Faltando quinze dias para o casamento rompi o noivado, pois soube que ele iria me impedir de continuar os estudos e não iria permitir que eu trabalhasse. Resolvi concluir a faculdade.
Um ano depois do rompimento reatamos o noivado e no dia da conclusão de grau nos casamos.
Desculpa meu amigo, os pensamentos estão embaralhados as palavras já não estão mais coodenando as lagrimas não estão cessando.
Agradeço a Deus por voce ter me dado atençao.
Pelo menos expus parte da minha dor , se é que isso me serve de consoso.
Pra finalizar sempre acreditei que ninguem tem direito de fazer ninguem sofrer e na verdade eu preciso me amar.
Com muito carinho e respeito a sua atençao de coração deu te digo

Muito obrigada por me dar atenção

Resposta:

Quanto à sua resposta, sim, amor deveria estar ligado ao sexo, mas são duas coisas distintas. Creio que não ficou claro.
Sem dúvida, sexo por sexo é instinto somente. Sexo é instinto, amor é sentimento. A união das duas coisas torna a relação plena. Difícil viver só de amor, tanto quanto só de sexo. Mas amor sem sexo é algo possível de ser realizado, até por que em casais de mais idade, quando os hormônios já se aquietaram, quando problemas de impotência surgem, ou simplesmente o fogo sexual se acalma, o sentimento mantém a ligação. Sexo sem amor, é apenas um ato, que satisfaz uma vontade imediata, mas não preenche nem cria vínculos duradouros, gerando mais vazio, que precisará ser preenchido novamente, e temporariamente, com sexo fugaz. Basicamente isso.

No entanto, repetindo, são duas coisas diferentes. Se assistiu a palestra, viu a parte em que ele cita o fato de fazer sexo com a pessoa que ama, e após satisfeito o desejo da carne, ainda persiste a vontade de permanecer ao lado daquela pessoa, e não o `o que faz esta criatura ao meu lado`. Creio que agora ficou claro.
Fidelidade e monogamia, ao meu ver, significa progresso social, moral e espiritual.

Mais um motivo para não se culpar: Você pediu para que ele não lhe enganasse. E ele o fez. Escolha pessoal. Agora as consequências...

Sei que não me usa como saco de pancadas. Entendo que desabafo é muito bom, alivia o peito. E não me custa nada ouvir ( ou ler ).
Outra coisa, não existe motivo de vergonha. Você é que transforma o caso em uma situação vergonhosa. Não é. É apenas uma situação. Como várias outras.
Você fala como se fosse a única conhecedora do sentimento de traição. Não é. Compreendo que cada pessoa reage de uma maneira à determinadas situações, e acredite, não precisa ser tão doloroso quanto lhe parece.
É preciso encarar tais situações de maneira prática: Você não está `perdendo` algo bom. Está se `livrando` de algo ruim. Toda mudança gera ansiedade, mas se encara de maneira positiva, a dor se torna mais amena.
Sim, sem dúvida, é preciso se amar, sempre em primeiro lugar. E sofrer por algo que não vale a pena, por algo que não é ou não foi, é desperdício de energia. Sofra o que for preciso, chore, mas nem um segundo além do necessário. Guarde energias para o que precisa ser feito, para as mudanças, para se restabelecer e continuar caminhando.

Como você disse, não gosta de dormir com a consciência pesada. Portanto, mil vezes receber o mal do que fazê-lo. E nesse ponto, sem dúvida, sua consciência está tranquila. Então não tem por que se preocupar. Você deu o seu melhor. Fez sua parte.
Bola pra frente, espero que tome sua melhor decisão, e que tudo seja ( e será ) sempre para o melhor.

Boa sorte, e precisando, pode me escrever.

Abraços!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Traição: O outro lado

Recebi a seguinte mensagem:

Assunto: Olá. Por favor, preciso da sua opinião.
de: Anônimo
Te vi na comunidade Comportamento e Relacionamento. Fui casado mais de 3 anos e estava com uma excelente pessoa, porém ela não me amava. Quando a pessoa não te ama ela não se entrega, quando ela não se entrega, não tem como ser feliz na relação. Talvez o culpado disso tenha sido eu, mas não é isso que eu quero colocar em questão. Encontrei alguém que me fez sentir vivo novamente. Me apaixonei por uma colega de trabalho que aparentemente era tão "normal" quanto minha ex-mulher. Dei em cima dela enquanto eu ainda era casado e ela me chutou longe, porém depois de dois meses ela começou a me dar sinais de que algo estava diferente. Pois bem, mais cautelosamente eu me reaproximei dela e para minha surpresa ela reagiu positivamente a minha aproximaçao. Dalhi em diante ela me deu sinal verde para agarrar ela quando estivessemos a sós. Ai decidi me separar, não estava mais satizfeito com meu relacionamento. Hoje estou com ela, mas não estou. Ela é casada a mais ou menos uns 3 anos. Quando a gente tá junto a gente se agarra, se pega, se beija, realmente "pega fogo", mas nunca tivemos nenhuma atividade sexual. Ela é contra trair o marido dela. Não sei qual o conceito de traição que ela tem, mas o fato de deixar alguém te tocar sendo que você já é casado pra mim é traição. Eu queria entender o que tenho com ela. Conversarmos sobre o assunto várias vezes. Quando eu quero parar com isso tudo ela chora e se magoa como se eu fosse o namorado dela. Ai logo em seguida a gente volta. Me manda msg 24h por dia. Nós adoramos falar sobre tudo quanto é "putaria". Ela diz que adora minha boca e minha "pegada". Diz que tem um carinho muito grande por mim e que se não fosse casada seria minha e faria tudo o que eu quisesse. No começo eu me sentia pessimo com isso tudo. Hoje me acostumei com essa situação. Eu chamo isso de "amizade colorida", pois já estive em uma situação dessas com uma amiga antes, mas era só fogo, nada de envolvimento. Só quero saber sua opinião: O que eu tenho com ela? Isso tem futuro?

Resposta:

Anônimo, vou pedir que leia um link, de um blog meu onde já falei do assunto, e fique a vontade para comentar aqui comigo sobre seu caso.
Mas pra adiantar, eu penso da sequinte forma:
Qualquer `relação` nessas bases, onde haja um terceiro que está sendo enganado, está fadada ao fracasso. Se a pessoa é CAPAZ de tal ato, isso significa que ela é CAPAZ de fazer isso com qualquer um, inclusive com você. Esta pessoa que vc está se relacionando, para ela, creio, é uma aventura, ou somente, uma tábua de salvação, que traz a emoção que falta no relacionamento dela. Assim como você estava insatisfeito na sua relação. Eu acredito muito no `está ruim, cai fora`. Não sou a favor de traição, não somente pelo fator moral, e sim, pela falta de respeito. Está enganando uma pessoa, não está sendo honesto. Seja lá quais motivos forem. Se existe atração por outra pessoa, encerre uma coisa, pra depois começar outra. Senão é egoísmo e falta de respeito, justificada por `insatisfação`. A culpa da insatisfação não está na outra pessoa, está em quem se permite ficar insatisfeito. Cada um é o que é. Se se descobriu na convivência que não é suficiente, que termine e vá buscar quem satisfaça.
Essa mulher que vc citou me parece estar nessa situação. Ela gosta do perigo, da aventura. E teme ficar sem isso caso você vá embora. E o ser humano, homem ou mulher, VAI fazer o seu joguinho para conseguir o que quer. Nesse caso, chorar, espernear.
Mas dificilmente uma mulher troca estabilidade social, financeira, família estabelecida, lar construído, por aventura. Ela vai, como qualquer homem, tentar manter a aventura. Agora, você realmente se vê se relacionando seriamente com uma pessoa que pode fazer o mesmo com você? Sim, por que ela é CAPAZ de fazer isso. Você já sabe que sim.

Não tenho nada contra sexo casual. Desde que seja entre duas pessoas solteiras, e que não haja nenhum enganado ou prejudicado no meio. Respeito e caráter sem sombra de dúvida, alivia a consciência e produz uma sociedade melhor.
Se queremos viver num ambiente melhor, precisamos nos tornar aptos a viver nele.
Mulher não falta, e você sabe disso.
Cabe a você decidir o que quer fazer. Se manter numa aventura com uma mulher casada, sendo cúmplice numa mentira a uma terceira pessoa, sendo que você mesmo não gostaria de estar na pele desse marido. E mais um detalhe: Você não conhece essa terceira pessoa, não sabe do que ela é capaz ao descobrir tal coisa. Vale o risco?
A máxima ainda é verdadeira: Não fazer aos outros o que não se quer para si. Se vale o risco, é um direito seu fazer tal escolha. Mas sem meias palavras, é ser hipócrita. E sim, é um direito sagrado de qualquer um ser hipócrita. Cabe a você escolher o caminho melhor, baseado em escolhas racionais. Se enganar os outros não é problema para você, não terá direito de reclamar quando for enganado. Cada um dá o que tem.
Bom, ia enviar os links e não enviei. Segue o link do meu blog, e espero que tenha a paciência de ler o tópico até o final:
http://turkobrazil.blogspot.com/2009/02/homem-gosta-de-sofrer.html
Sinta-se à vontade para perguntar qualquer coisa.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

In Treatment





























Estou de volta.

Posto agora algo que tem chamado MUITO a minha atenção ultimamente. Um amigo com interesses em comum nessa área ( Thanx Derek ) me apresentou esse seriado que explora o dia a dia de um psicoterapeuta. Preciso dizer mais? Sim!
A série já está bem avançada, mas só fui conhecê-la e assisti-la esse ano. Infelizmente...
O roteiro é absurdamente bem escrito, os diálogos muito bem construídos, cada minúcia dos melindres, das evasivas, dos traumas e consequências estão muito bem descritos, e principalmente, interpretados. Falar mais seria chover no molhado. Segue a Sinopse retirada de outro site:
`Baseada em uma série israelense de sucesso, “In Treatment” é um drama que mostra a vida de um terapeuta centrado, calmo e que sabe lidar muito bem com os problemas dos seus pacientes, mas quando se trata de seus problemas pessoais ele não consegue lidar da mesma forma. A série terá 45 episódios (de meia-hora), com 5 sendo exibidos por semana, um em cada dia e cada episódio será dedicado especificamente a um paciente.`

Aqui, o Promo da Primeira Temporada:



Aqui está o site, e junto, a fonte pra baixar os episódios. Recomendo fortemente àqueles que se interessam pelo assunto.

http://www.rededownload.com/download-in-treatment/

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Não precisa casar. Sozinho é melhor

Estou postando esta entrevista do Dr. Flávio Gikovate, publicada na revista Veja, porque ao lê-la, percebi que o que foi dito nela, vai de encontro, novamente, às minhas próprias reflexões. Cada vez que leio Dr. Flávio, vejo minhas próprias idéias expostas em seus argumentos, o que me faz perceber que, caso exista um caminho certo, devo estar perambulando por ele. Me identifico demais com suas Reflexões em geral, por que batem com as minhas, apesar de seguir minha própria linha de raciocínio e análise crítica.
Costumo ler muito, e acabo `colecionando` reportagens ou textos que acho relevantes ou interessantes, ou que embasem meus pontos de vista. Aos poucos vou publicando aqui. Quanto à entrevista do Dr. Flávio, Deleitem-se.

Não precisa Casar. Sozinho é melhor

"Para os meus pacientes, eu sempre digo: se você tiver de escolher entre o amor ea individualidade, opte pelo segundo."

Com 41 anos de clínica, o médico psiquiatra Flávio Gikovate acompanhou os fatos mais marcantes que mudaram a sexualidade no Brasil e no mundo. Por meio de mais de 8.000 pessoas atendidas, assistiu ao impacto da chegada da pílula anticoncepcional na década de 60 e a constituição das famílias contemporâneas, que agregam pessoas vindas de casamentos do passado. Suas reflexões sobre o amor ao longo de esse tempo foram condensadas no seu 26º livro, Uma História de Amor... com Final Feliz. Na obra, a oitava sobre o tema, Gikovate ataca o amor romântico e defende o individualismo, entendido não como descaso pelos outros e sim como uma maneira de aumentar o conhecimento de si próprio. Tendo sido um dos primeiros a publicar um estudo no país sobre sexualidade, atuou em diversos meios de comunicação, como jornais e revistas e na televisão. Atualmente, possui um programa na rádio, em que responde perguntas feitas por ouvintes. Aos 65 anos, ele atendeu a reportagem de Veja em seu consultório no elegante bairro dos Jardins, em São Paulo.

Veja - O senhor diria para a maioria das pessoas que o casamento pode não ser uma boa decisão na vida?
Gikovate - Sim. As pessoas que estão casadas e são felizes são uma minoria. Com base nos atendimentos que faço e nas pessoas que conheço, não passam de 5%. A imensa maioria é a dos mal casados. São indivíduos que se envolveram em uma trama nada evolutiva e pouco saudável. Vivem relacionamentos possessivos em que não há confiança recíproca nem sinceridade. Por algum tempo depois do casamento, consideram-se felizes e bem casados porque ganham filhos e se estabelecem profissionalmente. Porém, lá entre sete e dez anos de casamento, eles terão de se deparar com a realidade e tomar uma decisão drástica, que normalmente é a separação.

"Os solteiros que estão mal são os que ainda sonham com o amor romântico. Pensam que precisam de outra pessoa para se completar. Como Vinicius de Moraes, acham que que 'é impossível ser feliz sozinho'. Isso caducou. Daí, vivem tristes e deprimidos."

Veja - Ficar sozinho é melhor, então?
Gikovate - Há muitos solteiros felizes. Levam uma vida serena e sem conflitos. Quando sentem uma sensação de desamparo, aquele "vazio no estômago" por estarem sozinhos, resolvem a questão sem ajuda. Mantêm-se ocupados, cultivam bons amigos, lêem um bom livro, vão ao cinema. Com um pouco de paciência e treino, driblam a solidão e se dedicam às tarefas que mais gostam. Os solteiros que não estão bem são geralmente os que ainda sonham com um amor romântico. Ainda possuem a idéia de que uma pessoa precisa de outra para se completar. Pensam, como Vinicius de Moraes, que "é impossível ser feliz sozinho". Isso caducou. Daí, vivem tristes e deprimidos.

Veja - Por que os casamentos acabam não dando certo?
Gikovate - Quase todos os casamentos hoje são assim: um é mais extrovertido, estourado, de gênio forte. É vaidoso e precisa sempre de elogios. O outro é mais discreto, mais manso, mais tolerante. Faz tudo para agradar o primeiro. Todo mundo conhece pelo menos meia-dúzia de casais assim, entre um egoísta e um generoso. O primeiro reclama muito e, assim, recebe muito mais do que dá. O segundo tem baixa auto-estima e está sempre disposto a servir o outro. Muitos homens egoístas fazem questão que a mulher generosa esteja do lado dele enquanto ele assiste na televisão os seus programas preferidos. Mulheres egoístas não aceitam que seus esposos joguem futebol. Consideram isso uma traição. De um jeito ou de outro, o generoso sempre precisa fazer concessões para agradar o egoísta, ou não brigar com ele. Em nome do amor, deixam sua individualidade em segundo plano. E a felicidade vai junto. O casamento, então, começa a desmoronar. Para os meus pacientes, eu sempre digo: se você tiver de escolher entre amor e individualidade, opte pelo segundo.

Veja - Viver sozinho não seria uma postura muito individualista?
Gikovate - Não há nada de errado em ser individualista. Muitos dos autores contemporâneos têm uma postura crítica em relação a isso. Confundem individualismo com egoísmo ou descaso pelos outros. São conceitos diferentes. Outros dizem que o individualismo é liberal e até mesmo de direita. Eu não penso assim. O individualismo corresponde a um crescimento emocional. Quando a pessoa se reconhece como uma unidade, e não como uma metade desamparada, consegue estabelecer relações afetivas de boa qualidade. Por tabela, também poderá construir uma sociedade mais justa. Conhecem melhor a si próprio e, por isso, sabem das necessidades e desejos dos outros. O individualismo acabará por gerar frutos muito interessantes e positivos no futuro. Criará condições para um avanço moral significativo.

"As colunas e programas de rádio que eu faço não me trazem clientes. Às vezes, só atrapalham. Em 1982, aceitei trabalhar com o Corinthians. Era a democracia corinthiana. Foi um balde de água fria na clínica."

Veja - Por que os casamentos normalmente ocorrem entre egoístas e generosos?
Gikovate - A idéia geral na nossa sociedade é a de que os opostos se atraem. E isso acontece por vários motivos. Na juventude, não gostamos muito do nosso modo de ser e admiramos quem é diferente de nós. Assim, egoístas e generosos acabam se envolvendo. O egoísta, por ser exibicionista, também atrai o generoso, que vê no outro qualidades que ele não possui. Por fim, nossos pais e avós são geralmente uniões desse tipo, e nós acabamos repetindo o erro deles.

Veja - Para quem tem filhos não é melhor estar em um casamento? E, para os filhos, não é melhor ter pais casados?
Gikovate - Para quem pretende construir projetos em comum – e ter filhos é o mais relevantes deles – o melhor é jogar em dupla. Crianças dão muito trabalho e preocupação. É muito mais fácil, então, quando essa tarefa é compartilhada. Do ponto de vista da criança, o mais provável é que elas se sintam mais amparadas quando crescem segundo os padrões culturais que dominam no seu meio-ambiente. Se elas são criadas pelo padrasto, vivem com os filhos de outros casamentos da mãe, mas estudam em uma escola de valores fortemente conservadores e religiosos, poderão sentir algum mal-estar. Do ponto de vista emocional, não creio que se possa fazer um julgamento definitivo sobre as vantagens da família tradicional sobre as constituídas por casais gays ou por um pai ou mãe solteiros. Estamos em um processo de transição no qual ainda não estão constituídos novos valores morais. É sempre bom esperar um pouco para não fazer avaliações precipitadas.

Veja - Que conselhos você daria para um jovem que acaba de começar na vida amorosa?
Gikovate - É preciso que o jovem entenda que o amor romântico, apesar de aparecer o tempo todo nos filmes, romances e novelas, está com os dias contados. Esse amor, que nasceu no século XIX com a revolução industrial, tem um caráter muito possessivo. Segundo esse ideal, duas pessoas que se amam devem estar juntas em todos os seus momentos livres, o que é uma afronta à individualidade. O mundo mudou muito desde então. É só olhar como vivem as viúvas. Estão todas felizes da vida. Contudo, como muitos jovens ainda sonham com esse amor romântico, casam-se, separam-se e casam-se de novo, várias vezes, até aprender essa lição. Se é que aprendem. Se um jovem já tem a noção de não precisa se casar par ser feliz, ele pulará todas essas etapas que provocam sofrimento.

Veja - As mulheres são mais ansiosas em casar do que os homens? Por quê?
Gikovate - As mulheres têm obsessão por casamento. É uma visão totalmente antiquada, que os homens não possuem. Uma vez, quando eu ainda escrevia para a revista Cláudia, o pessoal da redação fez uma pesquisa sobre os desejos das pessoas. O maior sonho de 100% das moças de 18 a 20 anos de idade era se casar e ter filho. Entre os homens, quase nenhum respondeu isso. Queriam ser bons profissionais, fazer grandes viagens. Essa diferença abismal acontece por razões derivadas da tradição cultural. No passado, o casamento era do máximo interesse das mulheres porque só assim poderiam ter uma vida sexual socialmente aceitável. Poderiam ter filhos e um homem que as protegeria e pagaria as contas. Os homens, por sua vez, entendiam apenas que algum dia eles seriam obrigados a fazer isso. Nos dias que correm, as razões que levavam mulheres a ter necessidade de casar não se sustentam. Nas universidades, o número de moças é superior ao de rapazes. Em poucas décadas, elas ganharão mais que eles. Resta acompanhar o que irá acontecer com as mulheres, agora livres sexualmente, nem sempre tão interessadas em ter filhos e independentes economicamente.

Veja - Como será o amor do futuro?
Gikovate - Os relacionamentos que não respeitam a individualidade estão condenados a desaparecer. Isso de certa forma já ocorre naturalmente. No Brasil, o número de divórcios já é maior que o de casamentos no ano. Atualmente, muitos homens e mulheres já consideram que ficarão sozinhos para sempre ou já aceitam a idéia de aguardar até o momento em que encontrarão alguém parecido tanto no caráter quanto nos interesses pessoais. Se isso ocorrer, terão prazer em estar juntos em um número grande de situações. Nesse novo cenário, em que há afinidade e respeito pelas diferenças, a individualidade é preservada. Eu estou no meu segundo casamento. Minha mulher gosta de ópera. Quando ela quer ir, vai sozinha. E não há qualquer problema nisso.

Veja - Quando duas pessoas decidem morar juntas, a individualidade não sofre um abalo?
Gikovate - Não necessariamente elas precisarão morar juntas. Em um dos meus programas de rádio, um casal me perguntou se estavam sendo ousados demais em se casar e continuarem morando separados. Isso está ficando cada dia mais comum. Há outros tantos casais que moram juntos, mas em quartos separados. Se o objetivo é preservar a individualidade, não há razão para vergonha. O interessante é a qualidade do vínculo que existirá entre duas pessoas. No primeiro mundo, esse comportamento já é normal. Muitos casais moram até em cidades diferentes.

Veja - É possível ser fiel morando em casas ou cidades diferentes?
Gikovate - A fidelidade ocorre espontaneamente quando se estabelece um vínculo de qualidade. Em um clima assim, o elemento erótico perde um pouco seu impacto. Por incrível que pareça, essas relações são monogâmicas. É algo difícil de explicar, mas que acontece.

Veja - Com o fim do amor romântico, como fica o sexo?
Gikovate - Um dos grandes problemas ligados à questão sentimental é justamente o de que o desejo sexual nem sempre acompanha a intimidade efetiva, aquela baseada em afinidade e companheirismo. É incrível como de vez em quando amor e sexo combinam, mas isso não ocorre com facilidade. Por outro lado, o sexo com um parceiro desconhecido, ou quase isso, é quase sempre muito pouco interessante. Quando acaba, as pessoas sentem um grande vazio. Não é algo que eu recomendaria. Hoje, as normas de comportamento são ditadas pela indústria pornográfica e se parece com um exercício físico. O sexo então tem mais compromisso com agressividade do que com amor e amizade. Jovens que têm amigos muito chegados e queridos dizem que transar com eles não tem nada a ver. Acham mais fácil transar com inimigos do que com o melhor amigo. Penso que, com o amadurecimento emocional, as pessoas tenderão a se abster desse tipo de prática.

"As razões que levavam as mulheres a ter necessidade de casar não se sustentam mais. Nas universidades, o número de moças é superior ao de rapazes. Em poucas décadas elas ganharão mais que eles."

Veja - As desilusões com o primeiro casamento têm ajudado as pessoas a tomar as decisões corretas?
Gikovate - No início da epidemia de divórcios brasileira, na década de 70, as pessoas se separavam e atribuíam o desastre da união a problemas genéricos. Alguns diziam que o amor acabou. Outros, o parceiro era muito chato. Não se davam conta de que as questões eram mais complexas. Então, acabavam se unindo à outras pessoas muito parecidas com as que tinham acabado de descartar. Hoje, os indivíduos estão mais críticos. Aceitam ficar mais tempo sozinhos e fazem autocríticas mais consistentes. Por causa disso, conseguem evoluir emocionalmente e percebem que terão que mudar radicalmente os critérios de escolha do parceiro. Se antes queriam alguém diferente, hoje a tendência é buscarem uma pessoa com afinidades.

Veja - O senhor já escreveu colunas para jornais, revistas, atuou na televisão e agora tem um programa na rádio. O senhor se considera um marqueteiro?
Gikovate - Sempre gostei de trabalhar com os meios de comunicação. Psicologia não é assunto para especialistas, mas de todo mundo. Faço essas coisas também porque é uma forma de entrar em contato com um público diferente do que eu encontro normalmente. Na rádio, respondo perguntas de gente tacanha, que jamais teriam condição de pagar uma consulta. Estão em um outro patamar financeiro. Mas o que dizem, é ouro puro. As colunas e programas de rádio que eu faço não me trazem clientes. Às vezes, só atrapalham. Em 1982, aceitei trabalhar com o Corinthians. Era a democracia corinthiana. Foi um balde de água fria na clínica. Imagine só, o Corinthians! Não foi o tipo de notícia que meus pacientes gostaram de ouvir. Eu fiquei lá dois anos. Meu pai ficava chocado com essas coisas, porque naquele tempo médico de bom nível não fazia essas coisas. Não estava nem aí. Quando eu me interesso por alguma coisa, eu vou. No mais, se eu fosse um simples marqueteiro, não teria durado 41 anos.

Veja - Apesar de todo esse tempo de clínica, o senhor atuou sozinho, longe das universidades. Por quê?
Gikovate - O mundo acadêmico está cheio de papagaios, que repetem fórmulas prontas. Citam sempre outros pensadores, mas nunca vão a lugar algum. Não têm coragem para disso. Esse universo, do qual eu acabei me afastando, é extremamente conservador. Não são eles que produzem as novas idéias. Muitos fingem que eu não existo. Diziam à pequena que eu era um cara muito pragmático, que levava em conta muito os resultados, o que é verdade. Os que mais gostam do que eu faço não são da minha área. São os filósofos, como o Renato Janine Ribeiro e a Olgária Matos. De minha parte, eu sempre fugi dos rótulos. Não me inscrevi membro da Sociedade de Psicanálise. Não sou membro de qualquer sociedade dogmática. Não sou sócio de nenhum clube. Sou uma pessoa de mente aberta. Nunca quis discípulos. Os meus discípulos, se um dia existirem, pensarão por conta própria. Se tiverem um monte de opiniões diferentes das minhas, seria ótimo.

Fonte: http://veja.abril.com.br/entrevistas/flavio_gikovate.shtml

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Medo de Amar


Postagem:

No início do ano passado, comecei um relacionamento com um homem mais novo. Não cabe aqui entrar nos detalhes de como nos conhecemos e de todo o rolo que tivemos no ano anterior, basta dizer: comecei a namorar em janeiro de 2008. Nossa, estava radiante. Tinha acabado de passar no mestrado e conseguia ter ao meu lado o homem que eu gostava. Nada poderia ser melhor, pensava eu. Só que essa felicidade toda não durou 2 meses...


Sim, dois meses depois o encanto estava desabando. Eu gostava dele, mas ele não fazia questão da minha companhia. Sentia, às vezes, que ele saia comigo quase por obrigação (obrigação de que?). Isso com o tempo só foi piorando. O desânimo, a má vontade comigo. Comecei a achar que estava louca, porque ele se dizia meu namorado, não era obrigado a ficar comigo, dizia gostar da minha companhia, conversar comigo, enfim, era para estar tudo bem, mas alguma coisa dentro de mim dizia que aquilo estava errado.

Até que um dia ele sumiu (ele não era ficante, teve pedido de namoro e tudo, eu não estava vivendo aquilo sozinha). Ficou 3 semanas sem atender telefone, sem responder sms, simplesmente nada. Eu surtei, fiquei deprimida, quase perdi um trabalho do mestrado, porque não tinha ânimo pra fazer nada. Burra!!! Até que em maio, tivemos uma conversa. Nunca ouvi tanta coisa idiota, humilhante, em toda minha vida. Tinha aquelas frases do tipo 'você é boa demais para mim', mas, óbvio, que nada daquilo amenizava a situação, até, porque, isso era tudo mentira.

Se o cara gosta, não te chuta. Se você é perfeita, ele nunca vai querer te largar. Se você é bonita, inteligente, ele nunca vai querer te deixar. Ele me deixou, falando sozinha e chorando nos cantos do corredor da faculdade.

Só depois que percebi que os danos que sofri foram muito maiores.

Não acredito mais em amor. Não acredito em fidelidade, honestidade, sinceridade, vivo achando que todos os caras que se aproximam de mim só querem tirar uma com a minha cara (foi o que ele fez). Não consigo confiar em ninguém mais. Apesar de quase fazer um ano do fim, de ele já estar bem feliz ao lado de outra e de eu saber que ele me apagou da vida dele (a ex e a atual brigam por ele e não sabem que eu existi no meio delas!!) ainda sofro as conseqüências de ter entregado meus sentimentos, minhas ilusões a uma pessoa tão fria e egoísta.

Esse relacionamento foi um marco na minha vida. É uma fronteira do antes e do depois. Hoje não sou mais a boba que era. Não sonho mais com um namorado que me ame. Não consigo acreditar que eu vá um dia achar aquela pessoa que faça eu me sentir especial, e não apenas mais uma da fila.

Lógico que não fiquei esse tempo toda sozinha, apenas solteira. Mas ainda não desisti, totalmente, de encontrar aquele que me faça sentir o que tantas pessoas sentem: o amor
.

Comentário:

Também caí de pára-quedas no seu blog, e acabei lendo seu caso.
Como uma pessoa que tem por vício análise comportamental, não teve como não querer manifestar o que eu penso.
Costumo tentar ser imparcial em qualquer situação, e seu caso já é por demais conhecido. As pessoas costumam se envolver, e ao fazer isso, EXIGEM certas condições. Imagine você, ao se envolver com alguém, esse alguém lhe dizer `Só fico/namoro com você se você me garantir que não vai me abandonar depois`. Namoro é experiencia, no sentito de `tentativa`. São duas partes TENTANDO grudar duas peças. Às vezes cola, às vezes não cola.
Como cada um é um, existe a possibilidade de um gostar mais do que o outro, ou demonstrar isso de maneira bem particular. Ou simplesmente, perceber após certo tempo que você não é a pessoa que ele queria. Somente a convivência mostra isso. Assim como estamos sujeitos a descobrir após um tempo que aquela pessoa não nos completa ou satisfaz da maneira que esperávamos. Imagine se tivéssemos feito a `promessa de nunca cair fora`. Que situação!
Que se faz nesse caso? Ficar por dó? Não. Ninguém é obrigado a ficar com ninguem. Duas pessoas se sentem atraidas, e tentam. Tanto uma parte quanto a outra pode, deve e tem o direito de se desligar assim que achar que deve. Só que sempre será pior pra parte que vai se sentir abandonada. Então o sentimeento de frustração é grande, e natural. Mas é preciso ser maduro, encarar que se o caso fosse o inverso, também cairíamos fora de algo que não foi o que esperávamos. Não existe motivo: às vezes, simplesmente deixa-se de gostar. ACONTECE.
Só que existe um pequeno detalhe. As diferenças entre homem e mulher. No mesmo caso, uma mulher tem uma capacidade infinitamente superior de ddeixar claro que não quer mais e encerrar o caso. Praticidade. Importando ou não como a outra pessoa vai se sentir, a mulher costuma por um ponto final muito rápido quando sente que deve. Doa a quem doer. E nada mais justo! Não se trata de crueldade, mas de racionalidade. Para ambas as partes, deveria ser assim. Tanto a parte que termina, em ser pratico e direto, sem no entanto ser cruel, quanto a parte `terminada`, que deve ser madura o suficiente para entender que sair de algo que não satisfaz é direito sagrado de todos. Se existisse uma OBRIGATORIEDADE ao assumir um namoro, namoro se chamaria CASAMENTO. Deixo claro que não estou falando de libertinagem, e sim de liberdade. Ao assumir um compromisso, espera-se fidelidade, caráter e outros valores morais. Isso é básico.
Enfim, só que o homem, com a criação própria de `criatura mais forte` que uma mulher, tem medo de machucar. Qual então a maneira mais prática de encerrar uma relação? Fazer com que a mulher queira isso primeiro. O homem, do nada, se transforma em um perfeito imbecil. Faz de tudo para que a outra parte se encha e queira cair fora. Conseguido isso, a meta foi alcançada. Nem sempre esse tipo de atitude demonstra mau caráter, e sim medo de machucar. è muito mais fácil terminar uma relação se a pessoa tem RAIVA, do que se a pessoa tem o sentimento inverso. Por que se voê esta com raiva e quer terminar, espera-se que voc~e se sinta aliviada ao se livrar da pessoa. Se for o contrário, é obvio que quem termina sabendo que a outra pessoa gosta vai deixar o outro sofrendo. Obviamente, vai de cada um, e da capacidade de percepção, ver como deve fazer tal coisa. Se a mulher é madura o suficiente para entender se o cara quiser terminar, e vice-versa, terminar numa conversa racional se torna infinitamente mais fácil. Sem brigas, sem cobranças, sem stress, sem mágoas.
Então, é preciso começar a encarar um namoro como tentativa, não como casamento ou contrato com cláusula vitalícia de permanência. Namoro é `experimentar`. Se ambas as partes gostarem, ótimo. Se só uma gostar, paciência, e que cada um procure se envolver com quem tem sentimentos afins. Namoro tem fases. Começo é sempre ÓTIMO. É descoberta, ansiedade, emoção, saudade, novidade. O tempo passa, e namoro vira convivência. Nessa fase, as características da primeira se acalmam. Então outras características se tornam mais evidentes. O Gênio de cada um, bom e ruim, manias boas e ruins, hábitos bons e ruins, diferenças, e mais uma infinidade de situações e detalhes que ao se acumularem, dão o resultado da conta. O balanço pode ser positivo, e pode ser negativo. Tanto para um quanto para outro. São inúmeras possibilidades, e todos temos que estar preparados para elas. Existe a possibilidade do saldo se manter positivo para os dois, independente do tempo que passe; o saldo ser positivo para um e negativo para o outro ( o mais comum ); e o saldo ser negativo para ambos, e os dois se sentirem aliviados com o término da relação.
A partir do momento que se encara relação ou namoro como uma `nova experiência/tentativa`, sem OBRIGAÇÃO de dar certo, se cobra menos de si e do outro. Obviamente, ninguém entra nesse jogo para perder. Mas existe o risco. E encarar que estar solteiro pode ser ÓTIMO! Tantas coisas boas pra se fazer, além de estar LIVRE para iniciar outra tentativa com outra pessoa, que pode ser melhor que a outra! Assim, tanto estar solteiro quando comprometido se tornam DUAS situações boas, e sair de uma relação deixa de ser um drama. Sai de uma situação boa ( ou não ) para OUTRA situação boa, que tem portas abertas para novas experiências, que somente elas dirão o que serão. Boas, iguais, ou piores. É o risco e a imprevisibilidade.
Então, esse `medo de amar` deixa de ter fundamento, em primeiro lugar, pelo fato de que AMOR é algo muito mais profundo que gostar de alguém. Hoje se fala `eu te amo` pra alguém como se fosse bom dia. Casais apaixonados, em duas semanas de namoro já estão com `eu te amo` pra lá e pra cá. Banalizou-se. E essa atitude precipitada, só reforça o sentimento de `enganação` no final da relação. É preciso falar SABENDO o que se está falando. Existe o hábito de falar, e existe o falar RACIONALMENTE. Saber o que se fala, e ter certeza disso, antes de deixar sair.
Finalizando, o término de uma relação significa somente uma nova abertura para uma nova tentativa. Se privar disso por causa de terceiros? Vale a pena? Ao fazer isso, pode-se estar simplesmente impedindo que uma nova e BOA pessoa se aproxime, simplesmente por que `homem é tudo igual` / `mulher é tudo igual`. Ninguém é igual a ninguém, e é isso que nos dá a liberdade de escolha. Cabe a nós também procurar reavaliar os critérios pelos quais nos envolvemos com alguém.
Hoje em dia, o primeiro critério é beleza. FATO. Segundo critério é `o que os amigos/as acharão?`. A partir daí, é que se pensa se a pessoa é ou não é uma boa pessoa, ou se tem intenções sinceras. Todo mundo diz que `não manda no coração`, mas na realidade, escolhe-se muito bem de quem se pretende gostar. Se for pra acabar gostando de alguém, vamos evitar determinado tipo. Por que muita gente não quer correr o risco acabar gostando de alguém que não corresponde aos padrões impostos pela dita `sociedade civilizada`.
São TANTAS nuances e detalhes, que precisaria de um livro para descrever. Mas tais nuances e detalhes podem muito bem serem identificados por cada um, com um pouco de raciocínio lógico e auto-honestidade. Basta usar a energia gasta com lamentações, para pensamentos racionais e úteis na construção de uma experiência melhor.
Abraços!

Luciano

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Homem gosta de sofrer?

Pergunta:
Uma vez que um amigo meu me disse que homem não gosta de mulher fácil. Por mais interessante que ela seja, se ficar claro que ela tá a fim, que tá apaixonada, perde a graça. E completou dizendo: "homem gosta de sofrer, você não pode demonstrar que gosta dele". O que vocês acham disso?

Resposta:
É o tal `viver de acordo com as regras que alguém criou`.
Pessoas racionais, que valorizam atributos morais, não dispensam alguém simplesmente por que `foi fácil` conquistar tal pessoa. Pessoas que SABEM o que querem, geralmente são fáceis quando identificam aquilo que desejam. E quando a pessoa que se deseja também tem tal nivel de maturidade emocional, os dois `são fáceis`, pois se querem mutuamente, e não há por que esperar pra ser feliz.
Simplesmente por que sabem que ali está o que se quer, então não há razão para fazer `joguinhos` de `puxa-repele`.
E principalmente, não dispensam o outro simplesmente por isso.
O que a pessoa É tem muito mais importância do que joguinhos sociais, para descartar por tão pouco. Em suma, creio que quando se sabe o que quer, quando se conhece o suficiente a si mesmo, a necessidade de tais joguinhos deixa de existir.

Abraços!

Anônimo

Luciano, a coisa que eu mais queria saber é se hoje em dia é facil de encontrar gente assim. Sempre gostei muito de ler sobre relacionamentos, e percebi que o homem gosta de conquistar. Por isso ele gosta de mulheres dificeis (não impossiveis). Também tive a impressão que como o homem gosta de dificuldade, se a moça aceita transar antes do casamento, a seriedade do namoro se esgota na primeira dormida.

Eu mesma acho que nunca namorei por causa disso. Sinto medo de parecer muito fácil e acabar não tendo namoros traquilos, decentes, sérios por causa disso.

Márcia R.:

até hoje não existe nenhuma formula

para o amor....

porque duas pessoas se apaixonam. ? será mesmo porque ela foi dificil..não creio

claro que ninguem gosta de uma pessoa vulgar.....se facil é ser vulgar ..acho que não conquista mesmo

Anônimo

Hoje em dia a menina tem a mente aberta porque nós mesmas queremos curtir a fase do namoro. Nós mesmas queremos casar tarde para poder ser independente financeiramente. Nós mesmas queremos procurar o cara certo (não o ideal), mesmo que isso demore, custe o que custar.

Mas mesmo assim eu conheci rapazes que trairam a namorada. Eu conheci rapazes que não gostavam da namorada. Eu conheci rapazes que trocaram de namorada quando mudaram de cidade.

Mesmo hoje em dia.

Eu conheci menina que sofrerau por causa do namorado, e talvez se elas não tivesse transado não estaria tão infeliz.

Eu não me acho capaz de modificar ninguém propositalmente. Eu ainda acredito que exista homem cachorro fora da carrocinha, e eles são maioria e ainda nos fazem muuuuito infelizes.

Deixa eu explicar uma coisa.

Sexo é bom. Mas coca-cola é bom, ler livro é bom, ir a praia é bom, assistir filme é bom.
Parece que hoje em dia o sexo é a unica fonte verdadeira de prazer pleno, e eu acho que ele está supervalorizado no mercado. É claro que ele é bom. Mas uma mulher só transa com um cara quando confia nele. E se o cara não quer sua confiança, quer apensas sexo por prazer, a mulher sai perdendo SEMPRE na história. Porque ela cria um laço afetivo muito grande com o cara que depois é cortado de forma cruel. Com traição, com "troca de namorada"

Eu não quero simplesmente achar que o cara me ame. Eu mereço ter essa certeza.

Esclarecendo a pergunta da Anônima

Vou colar aqui um comentário que já escrevi em um outro tópico dessa comunidade, Sexo e Namoro, creio que se aplique em uma parte do assunto:

`A maioria dos homens também é bastante complicada. Cultura machista, passada de pai pra filho...
É preciso aprender a pensar:
Vê-se por aí que os homens querem casar com uma mulher `certinha`, virgem, inexperiente.
Aí conseguem. E não vêem aquele furacão sexual que todo homem quer na cama, e sim, uma mulher exatamente como a que procurou: Inexperiente, com complexos, tímida, com criação repressora e cheia de tabus.
Aí se decepciona, e vai procurar as `experientes` por fora.
Acaba em traição, e vira o círculo vicioso que toddos conhecem.
Só que a `experiente` também não serve pra casar, por que já é muito `rodada` e `falada`. No final das contas, qual serve? Nenhuma!
E vive-se insatisfeito... o eterno problema do ser humano...
Nada está bom. E isso não é exclusividade masculina.
Então, percebe-se que isso é um hábito, adquirido através das gerações. Não, não é o habito de não saber o que se quer. É o hábito de não PENSAR, não fazer uso da Razão. Quando se chegar à conclusão que é a experiência que torna uma pessoa madura, que é a experiência e maturidade que são os temperos que tornam uma pessoa mais interessante do que apenas sexo, aí sim, com certeza, esses círculos viciosos vão mudar.
Obviamente, ninguém deseja se relacionar com uma pessoa com passado sexual de promiscuidade absurda, nem por questão de moral, mas sim de saúde. Ninguém quer um parceiro que seja de grupo de risco.

O que interessa, não é o passado sexual da pessoa, mas o Caráter dela.
Se percebe-se que é uma pessoa com caráter e moral elevadas, o passado sexual dela torna-se somente um fato, experiências que essa pessoa viveu, que a tornam mais propícia para viver uma vida sexual mais madura e proveitosa. Portanto, pra quem tem um mínimo de senso de razão, o que hoje em dia acho mais difícil, já que o pensamento começa a se tornar bem mais liberal, entende tais coisas e não deixa de se relacionar por causa disso.
É preciso, sem dúvida, escolher o parceiro com quem se vai ter relação sexual, é preciso conhecer...`

Quanto à fazer sexo ou não, já explanei o que penso aqui. Pra uma pessoa madura, independe se é no primeiro dia ou 6 meses depois. Pois foca-se em caráter, personalidade.

No entanto, cara anônima, percebe-se claramente que você adquiriu uma visão pessimista do `homem`, como nossa amiga disse, um `bicho papão`. E não é assim. A falta de caráter é um mal que está arraigado na nossa sociedade, e é perfeitamente compreensível que crie-se uma certa reserva ou desconfiança generalizada.
Mas é preciso encarar a realidade, existem as excessões.
Você disse que sua amiga estaria `menos infeliz` se não tivesse transado.
Muitas mulheres crescem acreditando que sexo é um `prêmio por bom comportamento` que se `dá` ao homem. Diz-se por aí que a mulher `dá`, é a expressão comum.
Como se a mulher estivesse dispondo de um bem que nunca mais vai voltar.
Sexo é algo para, em primária instância, reprodução. Segundo, sexo é para sentir prazer. Não é para `premiar` alguém, não é para `prender` alguém. Sexo, apesar da preocupação com o prazer do parceiro, deve ser feito também pensando em si.
Portanto, se alguém decide transar, por tesão, por amor, deve fazê-lo para sentir prazer.
Culpar um parceiro por que ele `caiu fora` depois do sexo, é querer usar o mesmo como moeda de troca. `Eu gosto de você, e vou transar com você, mas por causa disso, quero que você se submeta à minha vontade de que você seja só meu`.
Deveria-se pensar assim: `Tenho certeza que gosto de você, e estou com vontade de transar, para MEU prazer de estar com a pessoa que gosto. Espero que seja recíproco, e independente disso, estou fazendo por que QUERO. Independente de ser uma relação duradoura ou não, o faço PARA MIM, e não vou me arrepender do que faço visando meu prazer.`. Obviamente não fazendo apologia à promiscuidade, digo que deve-se transar quando se achar que deve, com quem se achar que deve, no entanto, tirando o foco do sexo como mecanismo para `prender` o homem. A mulher precisa mais do emocional que o homem, o homem é um ser mais sensorial. Satisfeito o sexo, acaba a busca ( contando que seja o vulgo `homem comum`, `cafajeste`, que não pensa em formar pares ). A mulher precisa do emocional satisfeito, sexo é secundário. Por isso, é fácil associar uma coisa com a outra. Transar não é fazer algo para sentir prazer, é fazer algo para dizer `Olhe, está vendo como gosto de você de verdade, e quero que você fique sempre comigo?`.
Ninguém entra em uma relação propriamente dita para terminar logo em seguida, após satisfeitos os desejos do corpo. No entanto, é preciso ser maduro para aceitar que uma relação, para ser continuada, ser duradoura, depende de INÚMEROS fatores além de simplesmente sexo. Sexo é o complemento, é o chantilly do bolo. Uma relação depende de AFINIDADES. Duas pessoas que tem o mesmo objetivo, que compartilham de uma visão da vida, de trabalho, de personalidade, de caráter. Se não existe AFINIDADE em uma relação, dificilmente a relação dura. Independente de haver sexo ou não.
Quantas relações por aí são doentias, brigas por ciúme, traições, possessividade, no entanto, o sexo é maravilhoso, e acaba por se tornar o único laço que prendem esses casais? Isso é muito comum!

Ao analisar essa situação, ponho de lado, de ambas as partes, pessoas sem caráter. Exponho aqui pessoas que tem a ambição de formar pares. Trabalhando em cima destes fatores, chego à essa conclusão. Se achou que deveria transar com alguém, se acha que é sua hora, que é a pessoa certa, transe. PARA SI. Para seu próprio prazer, sem poluir a cabeça com neuras do tipo `e se ele me largar após o sexo`, ou `se ele me deixar após conseguir o que quer?`.
É preciso, ANTES de qualquer coisa, resolver essa situação dentro de si, definitivamente: A pessoa pode te largar por inúmeros motivos. Inclusive esse. Se acontecer, não vou me arrepender, pois fiz o que quis, quando quis e com quem achei que deveria. Fiz por sentimento. Se a outra pessoa me usou, mentiu, o problema é DELA. A falta de caráter é DELA. Não vou me sentir culpada por algo que decidi deliberadamente fazer com intenções honestas.
Libertando-se da culpa, libertando-se da maneira de encarar o sexo arapuca para prender homem, aproveita-se o sexo como deve ser, para ter prazer. Independente do que acontecer no outro dia. Reiterando, que não significa que deva-se sair transando com qualquer um independente de quem seja, sem se preocupar com nada. Ainda é preciso ESCOLHER, é preciso se PREVENIR, é preciso PENSAR.
E confiar nos próprios instintos. Se conheceu alguém, ficou tempo suficiente para acreditar que é uma relação séria, que ambos sentem a mesma coisa, e se pintou a vontade, decidiu que é a hora, vá sem culpa. Não podemos controlar as ações de ninguém, nem cobrar atitudes que achamos certas. Cada um é um universo. Se após essa entrega, você descobrir que o cara não presta, não há motivo para ser `infeliz` só por que transou. Você fez aquilo que quis, com quem quis, para SE agradar, e agradar a quem você gostava. Se a outra parte não soube valorizar o SENTIMENTO, NÃO O SEXO, NÃO HÁ O QUE SE POSSA FAZER. Se foi bom, é o que importa.

É perfeitamente compreensível acatar uma atitude defensiva, e generalizar o mal.
Mas é preciso raciocinar: Muitas vezes, ou na maioria, o tamanho da decepção é proporcional ao tamanho da expectativa ou idealização que se cria em cima de determinada pessoa. Quantas vezes QUEREMOS acreditar que determinada pessoa tem atributos morais, procuramos enxergar isso por que simplesmente queremos estar com aquela pessoa? Aí a realidade nos dá um tapa na cara, e a primeira atitude é culpar aquele que somente é o que é, em vez de culparmos a nós mesmos por tapar o sol com a peneira, ou não desenvolvermos critérios suficientes para saber identificar o que é um `eu te amo` de um `EU TE AMO`. Não é fácil. E só a experiência ensina. E para vivenciar, experimentar, precisamos estar cientes que estamos sujeitos a esse tipo de situação, então devemos estar preparados para lidar com elas. Existem sim, pessoas com caráter duvidoso, e não existe bola de cristal ou aparelho que possa avisar quem quer que seja quem é e quem não é.
Todos nós estamos sujeitos a esse tipo de situação, posso dizer por que estou vivo, e também já passei meus apuros.
O problema não é O MAL que nos fazem, e sim, COMO REAGIMOS a ele.
Culpa-se o outro por `nos enganar`, sente-se a mágoa, o desrespeito, e tudo o mais. Dói.
Mas o fato é que AMAR é doação. Não é troca. Só te amo SE você me amar. Então, se deseja-se AMAR, ama-se, incondicionalmente. Se descobre-se que a pessoa não retribui, que há de se fazer? Aceitar e partir pra outra. Usar o sofrimento em favor de si próprio, de maneira útil, em vez de passar o tempo arquitetando vinganças, ou remoendo situações sem sentido prático algum.
Mais de 90% da população vive esse tipo de apuro. Hoje em dia, ainda mais. Homens e mulheres, seres humanos racionais, ainda mantém INSTINTO. Uma eterna briga entre o querer e o sentir. As pessoas querem algo, mas cedem ao que sentem.

Ou ao que NÃO sentem. O inverso pode acontecer conosco, e tenho certeza que a maioria aqui já teve seus momentos de encerrar uma relação, ou ter que fazer isso por ter se apaixonado por outra pessoa. ACONTECE.
Não tem jeito: se alguém não está satisfeito numa relação, VAI cair fora. Mas geralmente, pimenta no dos outros é refresco. Entao, vamos racionalizar: Uma mulher/homem que TRAI o marido/esposa, com a desculpinha do `minha relação não está boa`, que é a conversa mole mais velha que existe, REALMENTE merece alguém? Acredita-se ainda nisso? Ou procura-se acreditar em tal conversa mole deliberadamente, pois caso seja mentira, podemos botar a culpa pelo nosso sofrimento em alguém que não nós mesmos?
Vamos analisar outra situação: Quem se submete a se relacionar com pessoas comprometidas, espera o quê? Todos temos senso para identificar situações que ofereçam risco. Sim, ninguém disse que entrar numa relação dessa acaba fatalmente em desgosto. Acredito que uma porcentagem muito pequena, mas muito pequena mesmo, possa sair feliz de uma relação dessa. Pode acontecer, afinal, nada se generaliza. No entanto, as chances de se machucar são enormes. Quando se aceita acreditar ou depositar fé nas `promessas de relação terminando`, escolhe-se encarar os riscos que essa relação oferece. Quando a coisa acontece, não adianta viver culpando a outra pessoa. A escolha foi pessoal. Aceitou-se o risco, e tem que aprender a conviver com as consequências. Vendo por outro prisma ainda, geralmente nessas situações, uma das partes sempre é o último a saber. Seja o marido traído, seja a esposa traída. Quem colabora para que uma pessoa seja vítima de traição, ou seja, aceita entrar em uma relação onde alguém será traído, não tem do que reclamar no final, quando a traição, seja em que âmbito for, vier. Não se deveria fazer aos outros aquilo que não se quer para si.
Ao aceitar entrar nesse tipo de relação, sabe-se perfeitamente bem que a esposa/marido da pessoa com quem se está relacionando está sendo vítima de traição, e que aceitar fazer parte disso é ser cúmplice no sofrimento de uma terceira pessoa. E uma pessoa que consegue enganar um marido/esposa para entrar numa situação dessa, independente das razões, também não pode fazer o mesmo conosco? Honestidade, fidelidade, é uma via de mão dupla. Se espera receber, procure dar. Se a relação está ruim, termina-se, e aí entra em outra. Todo mundo sabe que terminar uma relação demora, ainda mais se existem vínculos mais fortes, como casamento, filhos e vida construída em comum. Se realmente existe a urgência, que se apresse o processo de separação. Ninguém, absolutamente ninguém merece ser traído. O mal não se deseja a ninguém. E nessa vida, recebe-se exatamente aquilo que se oferece aos outros… Em último caso, quem está `sofrendo por amor`, `preso a uma relação com uma pessoa que não me valoriza`, precisa, em primeira instância, aprender a valorizar a si mesmo, amar a si mesmo. Saber se bastar, saber apreciar a própria companhia, saber estar solteiro e se sentir bem assim, pois saber-se alguém interessante e de valor, é a chave para não ficar sofrendo por alguém que não lhe merece. Autoestima. Saber ficar bem sozinho, no entanto, sem deixar de procurar o alguém ideal, e não se desesperar caso não achar. Cada experiência pode ser valorosa, e deixar boas lembranças. No entanto, é imprescindível que se enxergue, que muitas vezes, estamos em profundo processo de dependência do outro, e as vezes, de quem quer que seja. Por isso, procurar fazer uma autoanálise, buscar saber se o que se sente, é realmente esse amor todo, ou se é dependência de afeto. Enfim, se sabe que tal pessoa não lhe merece, ou não valorizou seu investimento, nada melhor a fazer que encerrar o assunto, e procurar outra pessoa que saiba lhe valorizar.

Cada segundo perdido lamentando o fato, chorando por quem não lhe merece, é tempo que se perdeu ao lado de pessoas melhores. Nessa vida há que ser prático. Não deu? Paciência, e parte-se pra outra. Chega no objetivo mais rápido quem levanta e continua andando após o tombo, do que aquele que fica sentado lamentando `esperando a dor passar`. Pode soar cruel, mas é assim que funciona. Sim, todos tem seu período de recuperação, mas que não se perca um segundo além do necessário para isso. Solidão não é bom. No entanto, estar sozinho pode ser muito bom e agradável. Fomos programados para formarmos pares. No entanto, o encaixe realmente é algo raro de acontecer, e raríssimas pessoas conseguem isso de primeira, de segunda ou de terceira. No entanto, resta continuar tentando.
Todos somos seres racionais. Sabemos medir as consequências de nossas ações. Entra em barco furado quem quer. Digo isso sem criticar ninguém, ou nenhum dos casos expostos aqui, que são citados com uma grande carga de mágoa. Cada um tem suas experiências e está em seu próprio grau de autoconhecimento. São experiências, fazem parte das escolhas, e principalmente, fazem parte de viver. Creio que deve-se somente mudar o foco da reação, para algo mais positivo. Não deu, a pessoa não valorizou, não foi merecedor. O importante é que se deu o melhor de si. O primeiro pensamento nesses casos é: Homem/Mulher não presta, então agora vou agir assim também. Ao querer se tornar igual à pessoa que nos causou sofrimento, estamos contribuindo para aumentar a população de pessoas de mau caráter na face da terra. E menos de bom caráter vão existir. Já disse em outros tópicos que o ser humano geralmente não deixa de ser honesto após ser roubado. Não se torna assassino após ver tantos assassinatos. Mas geralmente, após uma traição, a primeira coisa que se pensa em fazer é ir lá e fazer o mesmo, para `extravasar`, ou `se vingar`. E geralmente, a vítima da vingança é alguém que não tem nada a ver com o caso.

E cria-se mais um revoltado, que vai lá agir da mesma maneira.
Precisamos ser FIÉIS aos nossos princípios. Sou uma pessoa de caráter, independente do que me fizerem. Sou honesto, independente de me roubarem. Sou o que sou, e vou continuar sendo, independente do que o mundo seja, e minha meta é melhorar cada vez mais. Quanto mais pessoas de caráter existirem nesse mundo, quanto mais pessoas fiéis aos próprios princípios, mais pessoas afins encontraremos pela frente, e mais chances de encontrarmos pares com a mesma linha de pensamento teremos. E procurar olhar as experiências negativas com umas visão mais produtiva e racional, sem mágoas, procurar aprender a controlar os sentimentos, seja mágoa em excesso, seja apego em excesso. E procurar usar tudo isso como alicerce para relações futuras, para adquirir mais experiência e discernimento na hora de escolher um novo parceiro, e saber identificar em si mesmos, as ocasiões em que procuramos acreditar em algo que não é crível, e que fatalmente nos trará sofrimentos futuros.
E por fim, ao procurar escolher melhor as relações, se relacionar sem medo, mas com responsabilidade consigo mesmo, cientes de que podemos vir a sofrer, ou não, e que tais sofrimentos, se houverem, são frutos de nossas escolhas. E se a culpa for do "mau caratismo" alheio, saber aceitar e enxergar que quem está errado é a pessoa que falta com honestidade. NUNCA está errado quem age baseado em sentimentos sinceros e honestidade no coração.
E cada experiência servirá de alicerce para a próxima. Desde que feito com responsabilidade, maturidade e consciência de que sexo não é prêmio e não se segura ninguém com isso, e que deve ser feito com o objetivo de obter prazer com quem se gosta.
Creio que já escrevi demais, pra variar. Finalizando, Anônima, percebe-se nas suas palavras que lhe falta ainda experiência de vida nesse setor ( Você mesma disse que nunca namorou por causa disso, seus conceitos, ou "pré-conceitos", são calcados em idéias, não em experiências ), e que você ainda carrega fantasias sobre o que é sexo e relação homem/mulher. Procure analisar, fazer uma reflexão bem profunda sobre o assunto, sobre as ações, sobre as reais intenções, e fatalmente, você atingirá um ponto de equilíbrio, e se livrará dessa `mágoa` que te acompanha. Viver significa experimentar, participar ativamente dos acontecimentos, e não simplesmente sentar na janela e ficar olhando a vida passar lá fora, enquanto você fica criando várias conclusões sem experiência prática nenhuma.
Viva, sem medo, sem arrependimento e sem remorso. Namore, termine, sofra se necessário, mas viva! Pode apostar, também terão experiências MUITO alegres e positivas. A vida não é só feita de desgostos. Se livre dessas idéias pessimistas e de tanto medo, viva, e use suas experiências negativas como alicerce para o futuro, em novas experiências que podem ser muito felizes e positivas.
Vá viver, sem medo!

Abraços!

Anônimo

ao luciano

Luciano,

parabéns pelo que escreveu,
por mais que esteja envolvido numa situação assim, em 1,7 anos eu vi o tempo que perdi e em suas palavras vi o quanto pensava assim mas nunca agi assim por medo, ou outra coisa parecida.

conclusões minhas so se fortalecem após ler tudo isso e ver que não só eu penso assim também apesar de em momentos não saber sair e seguir o que queremos por medo, ou algo parecido. ou quem sabe comodismo pois os "picos" de felicidade como costumo atribuir aos momentos parcelados dos encontros, enganam a gente e noz fazem achar que estamos bem, e na verdade estamos apodrecendo por dentro numa situação que deixamos de ver outras coisas mais interessantes e com idéias melhores e mais férteis pra viver em paz e com harmonia.

grande abraço
anonimo Y

Comunidade Comportamento & Relacionamento

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Por que os homens são assim???

Pergunta:
Sou casada, e sempre fui gorda, meu marido casou-se comigo gorda, agora, estou grávida e justamente agora, no período mais sensível da minha vida, ele resolveu implicar com meu peso. Faz insinuações e provocações o tempo tudo, tudo é motivo para uma espetadinha, uma piadinha idiota.
Tenho ascendência italiana, sou parecida com todas as mulheres da minha família, reconheço-me assim, gorda, com minhas formas avantajadas, de mulher grande, forte, parideira, não pretendo mudar isso, ainda mais para agradar a outra pessoa que não eu!
Mas, vamos combinar que é chato pra caramba vc ter seu marido, pai do seu filho, que já te conheceu assim, que gostava de vc assim, que se sentia atraído por vc assim, implicando com seu corpo justo no momento em que vc mais precisaria de carinho, atenção e apoio emocional.
Homens da comunidade, expliquem-me, por que homem age dessa maneira????
Por quê??????

Resposta:
Penso da seguinte maneira:
No caso da maioria das que se enquadram no quesito `gordinha` ou `gorda`, e que se encontram em casos parecidos com o seu, creio que tal atitude seja o reflexo retardado do fato do homem que esperou que a pessoa tomasse uma atitude por si mesma. Visto que não houve uma atitude nesse sentido, pois `gosta de mim assim mesmo, pra que mudar?`, o homem cedo ou tarde vai acabar verbalizando.
Sobrepeso, ou excesso de peso, é negativo em qualquer aspecto. Tanto estético, dependendo do caso, quanto em caso de saúde. Obviamente, não quero dizer com isso que pessoas obesas devam ser recriminadas. Há casos e casos. Eliminando a parte estética da equação, excesso de peso implica numa infinidade de problemas. Creio que o homem que se casa com uma gordinha, sem dúvida gosta da PESSOA que está ali. E exatamente por gostar, espera que essa pessoa tome uma atitude. É óbvio que o homem, como um ser visual, presta MUITA atenção em atributos físicos. Isso não é futilidade. É natureza. Só pelo fato de se casar com você, demonstra que houve algo além de aparencia. Mas com certeza, o apelo visual se encontra latente dentro dela. Não sei como você é. Mas tenho certeza que seu marido gosta de você, e deve ter chegado no ponto de verbalizar aquilo que esperava que viesse de você.
O Ser humano é programado para admirar e desejar o belo.
Com UMA pesquisa no google, e clicando no primeiro link que aparece, se chega a isso:
`É importante lembrar que a obesidade não é só um problema estético.
Ela pode contribuir para o aparecimento de diversos problemas e complicações no organismo como artrose (degeneração nas cartilagens das articulações), dores na região lombar (costas), dificuldades respiratórias (falta de ar), sudorese excessiva (suor em excesso), além de aumentar o risco de doenças como hipertensão arterial (pressão alta), diabetes, doenças cardiovasculares, dislipidemias (colesterol e triglicerídios elevados), prejudicando a saúde e a qualidade de vida da pessoa. `
http://guiadesaude.blogspot.com/2007/12/quais-as-conseqncias-que-o-excesso-de.html

Hoje em dia existe a cultura do `aceite-me-como-sou-que-não-vou-mudar`, o que muitas vezes, pode ser a máscara do comodismo. Veja bem, eu não generalizo. Nunca.
Muitas vezes, pode ser o caso.
Mudar hábitos é difícil. Mudar rotinas prazerosas, é um processo trabalhoso. Comer é MUITO bom. No entanto, existem metabolismos diferentes para cada tipo de pessoa, e diferentes reações. De maneira nenhuma quero fazer apologia aqui à corpos esguios ou a padrões impostos pela cultura ou pela sociedade. Muito menos quero incentivar a cultura do come-dorme-engorda, ou a do `sou gordo e sou feliz`.
Cada estilo de vida tem seus resultados característicos.
Não tenho dúvidas que existem gordos que são felizes de fato, se aceitando como são. Mas isso não exclui a gama de problemas que isso acarreta fatalmente. Quem ama, quer ver o bem do ser amado. Um marido desse, PROVAVELMENTE, ( sim, estou fazendo conjecturas, não há como ter certeza do que se passa na cabeça de todas as pessoas ) não quer ver a esposa tendo que amputar um pé por causa de diabetes, ter que serrar o peito para um transplante de coração, ficar entrevada numa cama após um derrame, ou na pior das hipóteses, ficar viúvo. E sem dúvida, por fim, o fator estético. Somos programados para admirar o belo. Obviamente, a beleza se encontra nos olhos de quem vê, no entanto, pelo que se vê hoje em dia, são poucas excessões. A maioria das mulheres admira um homem com um corpo definido, e os homens, mais ainda, babam por um corpo feminino bem distribuído. E existem as excessões, que vêem a PESSOA dentro do corpo. Mas perfeição não existe. Acredito que por mais que se ame a pessoa, sem dúvida o desejo, que é outro departamento, pode ser afetado pela forma física do companheiro, de infinitas maneiras, positivas ou negativas. Vai de cada um.
Pensando positivamente, prefiro acreditar que seu marido quer juntar o útil ao agradável. Ter uma esposa saudável, e uma amante mais desejável ainda. Não alguém que porventura, possa simplesmente ter se acomodado em determinada situação.

Novamente, estou somente supondo, dissertando sobre os prismas que mais se tornam evidentes pra mim nesse tipo de situação que você apresentou.
Posso estar perfeitamente errado quanto ao seu caso. Mas creio que são alguns pontos a refletir. Imparcialmente. Tanto pensando em você mesma E para você mesma, quanto no seu marido. Pesquisando mais um pouco, vemos que a maioria das pessoas que se submetem à cirurgias de gastroplastia o fazem primariamente por motivos de saúde, a final, o sobrepeso chegou no ponto crítico, e o corpo não aguenta mais. Após a cirurgia, e os resultados alcançados, percebe-se que além da saúde estabilizada, a auto-estima também ganha força. E como em toda mulher, a vaidade reaparece com força total.
Não é opinião minha, falo pelas próprias. E também, por que conheço algumas pessoas que já passaram pela cirurgia. Veja bem, tais cirurgias já são procedimentos críticos. Não estou aqui incentivando uma cirurgia, e sim, uma reflexão e quem sabe, se for o caso, uma revisão na maneira de encarar algumas situações, ou focar em algumas mudanças, que sem dúvida, só serão positivas.
Aqui se encontram alguns depoimentos com fotos antes/depois, caso se interesse.
http://byebyegordura.com.br/?p=219#more-219
http://byebyegordura.com.br/?p=220#more-220
Fonte: http://byebyegordura.com.br/?p=219#more-219
Abraços, e boa sorte!

Réplica ( A defensiva ):
Luciano

Vc explanou longamente sobre um assunto que não era o principal do tópico.

Creio ter deixado claro que a questão obesidade é ponto mais do que resolvido para mim, em especial porque sou mto saudável, bonita (já que obesidade não é sinônimo de feiura, pode procurar em qualquer dicionário de qualquer língua!) e provavelmente a melhor amante que um homem pode desejar, sem falsa modéstia.

A questão era sobre a postura dele frente à minha gravidez, ao meu momento. Se ele quer uma mulher magra, é direito dele, não está amarrado a mim nem é meu refém, pode ir-se qdo quiser, mas nem de longe é esse o caso. Ele não quer uma mulher magra ou gorda, quer a mim, por razões maiores que aparência, o caso tbm não é esse.

Volto a dizer, a questão central do tópico era a sensibilidade ou a falta dela, para o meu momento, para a minha gravidez. Mulheres grávidas ficam mto, mto sensíveis, vc verá se tiver a oportunidade de conviver com uma.

Começar, justo agora, qdo estou grávida e em início de gestação, ou seja, mto mais virá por aí, a implicar com meu corpo é no mínimo desleal da parte dele. Ciúme do filho que virá lhe roubar as atenções? Talvez, mas existem inúmeros talvez. Só uma coisa é certa, não é pela simples questão "gorda é feia, magra é bonita" que ele está agindo assim. Até por que, sempre me achou mto bonita e deixou isso claro.

Minha dúvida é: por que está agindo assim agora, justo agora?

Mas em todo caso, obrigada pela atenção numa resposta tão longa, ainda que fora do contexto, por exemplo, se fosse um tema para prova de vestibular, vc seria desclassificado, teria zerado a prova, por não ter conseguido interpretar o enunciado.

Resposta:
O foco do seu tópico é `por que agora que estou grávida`.
E o foco da minha resposta são as possíveis causas que possam o levar a falar isso agora.
Talvez pelo fato da gravidez ser o período que torna uma mulher mais fragilizada, a preocupação, que poderia já existir, só aumenta.
Ou simplesmente por que só agora ele decidiu verbalizar e coincide com a situação. Ou simplesmente por motivos que só ELE conheça, o que é mais provável.
Como a pergunta é pública, em espaço público, abre espaço para conjecturas.

Diz você:
`Só uma coisa é certa, não é pela questão "gorda é feia, magra é bonita" que ele está agindo assim. Até por que, sempre me achou mto bonita e deixou isso claro.
A dúvida é: por que está agindo assim agora?`

Ninguém faz nada sem motivos, isso sim, é certo.
Se o comentário apareceu, motivos existem.
Ele sempre deixou algo claro, e agora revela exatamente o inverso. A coisa é certa? Pela exposição do caso, não parece.
Não se pode ter certeza de nada que se passa na cabeça alheia. Aliás, pelos seus comentários, vc possui muitas certezas. Muito bom isso.
Tem certeza que não é por estética, ou por saúde que ele diz isso. Então, por que diz? Ao meu ver, pelos dados que você forneceu, só existem essas duas possibilidades: Estética, ou Saúde. Ou somente saúde.
Por que alguém que te elogia tanto mudaria de uma hora para outra, não?
Causas, e efeitos.

Afirma também:
`Creio ter deixado claro que a questão obesidade é ponto mais do que resolvido para mim, em especial porque sou mto saudável, bonita (já que obesidade não é sinônimo de feiura, pode procurar em qualquer dicionário de qualquer língua!) e provavelmente a melhor amante que um homem pode desejar, sem falsa modéstia.`

Que ótimo! Auto-estima é fundamental. Mas são palavras SUAS. O foco aqui, é NELE.
Essas são palavras dele? Ótimo! Só que temos aqui duas situações: O ANTES e o DEPOIS. Antes dizia algo, depois passou a dizer outra coisa.
E percebe-se pelos FATOS que o que ele DISSE, não é tão certo quanto você afirma que seja.

É nisso que estou focando,
Você fez a pergunta aqui. Por que justo agora?
Não creio que sejam ciúmes da criança, pois esse tipo de atitude não me parece do tipo que serve para chamar sua atenção, ou conquistar sua `preferência`. A atitude por si mostra exatamente o contrario.
Focando na sua pergunta, novamente, já que para você desviei do assunto, me faço mais claro:
Tentando de novo pensar pelo lado positivo, talvez, como eu disse, ele esteja verbalizando agora o que já esperava de você, em segredo. Principalmente agora, em que o corpo da mulher sofre ainda mais mudanças. Tanto pela sua saúde, pela saúde da criança, quanto pela estética. Pode ser tudo isso, e não ser nada. Relembrando, pode ser algo que nenhuma das pessoas que possa escrever aqui, inclusive eu, saiba, ou possa imaginar.
Em último caso, pode ser simplesmente pela fragilidade e sensibilidade que a gravidez traz, que tais atitudes estejam lhe incomodando, visto que `normalmente` é suficientemente segura de si.
Essa, também é uma possibilidade.

TODA minha opinião é sobre POSSIBILIDADES. Nada a ver com estética, ou com saúde, ou com qualquer coisa. E sim, com possibilidades.
E sim, obesidade não é sinônimo de feiúra. Não disse isso em momento algum. Somente afirmei que homem é um ser mais visual que a mulher, e pode focar mais nesse acpecto do que se imagina.
Mas a pergunta é pública, em espaço público, e abre espaço para conjecturas. Obviamente, nem todas serão de agrado.

Não tenho intenção alguma de ganhar pontos com minha opinião. Você postou aqui esperando comentários. E postei o meu.
E cada um vai postar uma opinião diferente, não somente aquilo que se espera ler.
Encerro aqui minha participação, esperando sinceramente que alguém poste aquilo que mais lhe agrade, e lhe traga mais paz.

Honestamente, abraços e boa sorte!

Réplica ( A Aceitação ):
Luciano

Tem razão, tenho algumas certezas, o que sempre leva a alguns erros, mas o fato é que, dentro das falas atuais dele, diferentes das antigas, há mto mais de "to perdido, confuso, lidando mal com o novo, com medo do que vem pela frente, com medo de perder minha primazia" do que propriamente com "não tenho mais tesão por vc, não te acho mais bonita por estar gordar" ou qualquer coisa assim, tanto que nossa vida sexual continua tão boa qto antes.

A minha dúvida principal está no fato de justo agora, neste momento, difícil para ele, com certeza, mas sensível para mim, em especial na vaidade, como acontece com qualquer mulher, ele ter resolvido atacar. Por que auto-afirmar-se sobre a minha vaidade? Que tipo de insegurança pessoal levou a isso agora, justo agora?

O foco não sou EU, é ELE, o reagir dele e, principalmente, contra o quê está reagindo.

Contra o medo de ser pai? Acho difícil, já que somos bem adultos para não termos um filho por acaso, planejamos isso.

Contra o medo de ser colocado em segundo plano(?) , já que somos mto unidos, tratamo-nos com mto carinho e proximidade, afeto, zelo, cuidado.

De qualquer forma, seja um ou outro motivo, não está diretamente ligado ao meu corpo, mas ao psiquismo emocional dele, não tem a ver com minha saúde ou aparência. Consegue compreender?

Se fosse só esse o caso, seria fácil resolver, diríamos arivederci e tudo estaria resolvido, ele iria procurar uma mulher como quisesse e eu tbm iria procurar outro homem, o que aliás, nunca foi problema, tanto que já estou no meu segundo casamento, tenho um filho de quase quatro anos do primeiro, e fui eu quem pediu o divórcio no primeiro, por ele estaríamos casados até hoje e para sempre.

Mas uma coisa é certa, dialogar contigo me mostrou por onde ir, ou seja, devo deixa-lo mais seguro qto ao futuro, vou tentar fazer isso. Thanks.

Resposta:
Mas foi exatamente o que disse! Não afirmei que fosse algo físico. Falei de possibilidades. Tanto da sua parte quanto da dele.
Dentre essas possibilidades, poderia ser você, ou algo relacionado à você. Por isso, mesmo o foco sendo ELE, você está envolvida. Resta saber o grau de envolvimento seu nessas atitudes.
Algo o levou a fazer as piadinhas e alfinetadas. Falta de tato? Pode ser.
Brincadeira de mau gosto em hora inapropriada também.
Enfim, nada melhor que diálogo entre as duas partes que mais se conhecem. e pelo que diz, vocês tem uma relação harmoniosa, portanto creio que não haverá problemas para resolver esse impasse com uma conversa madura e aberta. E seria muito interessante receber o feedback dessa conversa, ou a resolução do problema.

Abraços novamente!

Comentário geral ( Inconsistências ):
Então, ao invés de uma conversa cara a cara, que achei constrangedora para ambos, já que ele não lida mto bem com pressão e eu ía acabar não mantendo tanto qto deveria o equilíbrio e imparcialidade, acabei botando tudo que queria dizer numa carta e entregando a ele, que leu na minha frente, fez uma cara indecifrável e guardou a mesma na gaveta de cuecas, achei isso bem simbólico.

Não disse nada, nem uma palavra, mas, ele não é de mto falar mesmo, vamos ver quais serão as atitudes daqui para frente. Ele é um pouco mais jovem do que eu (quatro anos), bem menos experiente, então acabo sendo um pouco mãe dele de vez em qdo, ele faz bobeiras e a gente acaba acertando juntos, acho que vai ser o caso desta vez tbm.

No final das contas, nada é tão grande qto parece, é só a super lente de aumento da gravidez. Costumo dizer que o resultado final é ótimo, mas o processo não é nada agradável!!!! É mais ou menos como uma TPM de nove meses, com o acréscimo dos enjoos. Mas tudo vale a pena qdo se vê o rostinho lindo do filhote!

Ele tem se mostrado carinhoso comigo e com o bebê, mas ainda não sabe mto bem como agir, ainda está mto confuso, mas no final, dá tudo certo.

Obrigada pelo apoio de todos.

Comunidade Divã Orkutiano Anônimo