quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Medo de Amar


Postagem:

No início do ano passado, comecei um relacionamento com um homem mais novo. Não cabe aqui entrar nos detalhes de como nos conhecemos e de todo o rolo que tivemos no ano anterior, basta dizer: comecei a namorar em janeiro de 2008. Nossa, estava radiante. Tinha acabado de passar no mestrado e conseguia ter ao meu lado o homem que eu gostava. Nada poderia ser melhor, pensava eu. Só que essa felicidade toda não durou 2 meses...


Sim, dois meses depois o encanto estava desabando. Eu gostava dele, mas ele não fazia questão da minha companhia. Sentia, às vezes, que ele saia comigo quase por obrigação (obrigação de que?). Isso com o tempo só foi piorando. O desânimo, a má vontade comigo. Comecei a achar que estava louca, porque ele se dizia meu namorado, não era obrigado a ficar comigo, dizia gostar da minha companhia, conversar comigo, enfim, era para estar tudo bem, mas alguma coisa dentro de mim dizia que aquilo estava errado.

Até que um dia ele sumiu (ele não era ficante, teve pedido de namoro e tudo, eu não estava vivendo aquilo sozinha). Ficou 3 semanas sem atender telefone, sem responder sms, simplesmente nada. Eu surtei, fiquei deprimida, quase perdi um trabalho do mestrado, porque não tinha ânimo pra fazer nada. Burra!!! Até que em maio, tivemos uma conversa. Nunca ouvi tanta coisa idiota, humilhante, em toda minha vida. Tinha aquelas frases do tipo 'você é boa demais para mim', mas, óbvio, que nada daquilo amenizava a situação, até, porque, isso era tudo mentira.

Se o cara gosta, não te chuta. Se você é perfeita, ele nunca vai querer te largar. Se você é bonita, inteligente, ele nunca vai querer te deixar. Ele me deixou, falando sozinha e chorando nos cantos do corredor da faculdade.

Só depois que percebi que os danos que sofri foram muito maiores.

Não acredito mais em amor. Não acredito em fidelidade, honestidade, sinceridade, vivo achando que todos os caras que se aproximam de mim só querem tirar uma com a minha cara (foi o que ele fez). Não consigo confiar em ninguém mais. Apesar de quase fazer um ano do fim, de ele já estar bem feliz ao lado de outra e de eu saber que ele me apagou da vida dele (a ex e a atual brigam por ele e não sabem que eu existi no meio delas!!) ainda sofro as conseqüências de ter entregado meus sentimentos, minhas ilusões a uma pessoa tão fria e egoísta.

Esse relacionamento foi um marco na minha vida. É uma fronteira do antes e do depois. Hoje não sou mais a boba que era. Não sonho mais com um namorado que me ame. Não consigo acreditar que eu vá um dia achar aquela pessoa que faça eu me sentir especial, e não apenas mais uma da fila.

Lógico que não fiquei esse tempo toda sozinha, apenas solteira. Mas ainda não desisti, totalmente, de encontrar aquele que me faça sentir o que tantas pessoas sentem: o amor
.

Comentário:

Também caí de pára-quedas no seu blog, e acabei lendo seu caso.
Como uma pessoa que tem por vício análise comportamental, não teve como não querer manifestar o que eu penso.
Costumo tentar ser imparcial em qualquer situação, e seu caso já é por demais conhecido. As pessoas costumam se envolver, e ao fazer isso, EXIGEM certas condições. Imagine você, ao se envolver com alguém, esse alguém lhe dizer `Só fico/namoro com você se você me garantir que não vai me abandonar depois`. Namoro é experiencia, no sentito de `tentativa`. São duas partes TENTANDO grudar duas peças. Às vezes cola, às vezes não cola.
Como cada um é um, existe a possibilidade de um gostar mais do que o outro, ou demonstrar isso de maneira bem particular. Ou simplesmente, perceber após certo tempo que você não é a pessoa que ele queria. Somente a convivência mostra isso. Assim como estamos sujeitos a descobrir após um tempo que aquela pessoa não nos completa ou satisfaz da maneira que esperávamos. Imagine se tivéssemos feito a `promessa de nunca cair fora`. Que situação!
Que se faz nesse caso? Ficar por dó? Não. Ninguém é obrigado a ficar com ninguem. Duas pessoas se sentem atraidas, e tentam. Tanto uma parte quanto a outra pode, deve e tem o direito de se desligar assim que achar que deve. Só que sempre será pior pra parte que vai se sentir abandonada. Então o sentimeento de frustração é grande, e natural. Mas é preciso ser maduro, encarar que se o caso fosse o inverso, também cairíamos fora de algo que não foi o que esperávamos. Não existe motivo: às vezes, simplesmente deixa-se de gostar. ACONTECE.
Só que existe um pequeno detalhe. As diferenças entre homem e mulher. No mesmo caso, uma mulher tem uma capacidade infinitamente superior de ddeixar claro que não quer mais e encerrar o caso. Praticidade. Importando ou não como a outra pessoa vai se sentir, a mulher costuma por um ponto final muito rápido quando sente que deve. Doa a quem doer. E nada mais justo! Não se trata de crueldade, mas de racionalidade. Para ambas as partes, deveria ser assim. Tanto a parte que termina, em ser pratico e direto, sem no entanto ser cruel, quanto a parte `terminada`, que deve ser madura o suficiente para entender que sair de algo que não satisfaz é direito sagrado de todos. Se existisse uma OBRIGATORIEDADE ao assumir um namoro, namoro se chamaria CASAMENTO. Deixo claro que não estou falando de libertinagem, e sim de liberdade. Ao assumir um compromisso, espera-se fidelidade, caráter e outros valores morais. Isso é básico.
Enfim, só que o homem, com a criação própria de `criatura mais forte` que uma mulher, tem medo de machucar. Qual então a maneira mais prática de encerrar uma relação? Fazer com que a mulher queira isso primeiro. O homem, do nada, se transforma em um perfeito imbecil. Faz de tudo para que a outra parte se encha e queira cair fora. Conseguido isso, a meta foi alcançada. Nem sempre esse tipo de atitude demonstra mau caráter, e sim medo de machucar. è muito mais fácil terminar uma relação se a pessoa tem RAIVA, do que se a pessoa tem o sentimento inverso. Por que se voê esta com raiva e quer terminar, espera-se que voc~e se sinta aliviada ao se livrar da pessoa. Se for o contrário, é obvio que quem termina sabendo que a outra pessoa gosta vai deixar o outro sofrendo. Obviamente, vai de cada um, e da capacidade de percepção, ver como deve fazer tal coisa. Se a mulher é madura o suficiente para entender se o cara quiser terminar, e vice-versa, terminar numa conversa racional se torna infinitamente mais fácil. Sem brigas, sem cobranças, sem stress, sem mágoas.
Então, é preciso começar a encarar um namoro como tentativa, não como casamento ou contrato com cláusula vitalícia de permanência. Namoro é `experimentar`. Se ambas as partes gostarem, ótimo. Se só uma gostar, paciência, e que cada um procure se envolver com quem tem sentimentos afins. Namoro tem fases. Começo é sempre ÓTIMO. É descoberta, ansiedade, emoção, saudade, novidade. O tempo passa, e namoro vira convivência. Nessa fase, as características da primeira se acalmam. Então outras características se tornam mais evidentes. O Gênio de cada um, bom e ruim, manias boas e ruins, hábitos bons e ruins, diferenças, e mais uma infinidade de situações e detalhes que ao se acumularem, dão o resultado da conta. O balanço pode ser positivo, e pode ser negativo. Tanto para um quanto para outro. São inúmeras possibilidades, e todos temos que estar preparados para elas. Existe a possibilidade do saldo se manter positivo para os dois, independente do tempo que passe; o saldo ser positivo para um e negativo para o outro ( o mais comum ); e o saldo ser negativo para ambos, e os dois se sentirem aliviados com o término da relação.
A partir do momento que se encara relação ou namoro como uma `nova experiência/tentativa`, sem OBRIGAÇÃO de dar certo, se cobra menos de si e do outro. Obviamente, ninguém entra nesse jogo para perder. Mas existe o risco. E encarar que estar solteiro pode ser ÓTIMO! Tantas coisas boas pra se fazer, além de estar LIVRE para iniciar outra tentativa com outra pessoa, que pode ser melhor que a outra! Assim, tanto estar solteiro quando comprometido se tornam DUAS situações boas, e sair de uma relação deixa de ser um drama. Sai de uma situação boa ( ou não ) para OUTRA situação boa, que tem portas abertas para novas experiências, que somente elas dirão o que serão. Boas, iguais, ou piores. É o risco e a imprevisibilidade.
Então, esse `medo de amar` deixa de ter fundamento, em primeiro lugar, pelo fato de que AMOR é algo muito mais profundo que gostar de alguém. Hoje se fala `eu te amo` pra alguém como se fosse bom dia. Casais apaixonados, em duas semanas de namoro já estão com `eu te amo` pra lá e pra cá. Banalizou-se. E essa atitude precipitada, só reforça o sentimento de `enganação` no final da relação. É preciso falar SABENDO o que se está falando. Existe o hábito de falar, e existe o falar RACIONALMENTE. Saber o que se fala, e ter certeza disso, antes de deixar sair.
Finalizando, o término de uma relação significa somente uma nova abertura para uma nova tentativa. Se privar disso por causa de terceiros? Vale a pena? Ao fazer isso, pode-se estar simplesmente impedindo que uma nova e BOA pessoa se aproxime, simplesmente por que `homem é tudo igual` / `mulher é tudo igual`. Ninguém é igual a ninguém, e é isso que nos dá a liberdade de escolha. Cabe a nós também procurar reavaliar os critérios pelos quais nos envolvemos com alguém.
Hoje em dia, o primeiro critério é beleza. FATO. Segundo critério é `o que os amigos/as acharão?`. A partir daí, é que se pensa se a pessoa é ou não é uma boa pessoa, ou se tem intenções sinceras. Todo mundo diz que `não manda no coração`, mas na realidade, escolhe-se muito bem de quem se pretende gostar. Se for pra acabar gostando de alguém, vamos evitar determinado tipo. Por que muita gente não quer correr o risco acabar gostando de alguém que não corresponde aos padrões impostos pela dita `sociedade civilizada`.
São TANTAS nuances e detalhes, que precisaria de um livro para descrever. Mas tais nuances e detalhes podem muito bem serem identificados por cada um, com um pouco de raciocínio lógico e auto-honestidade. Basta usar a energia gasta com lamentações, para pensamentos racionais e úteis na construção de uma experiência melhor.
Abraços!

Luciano

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Homem gosta de sofrer?

Pergunta:
Uma vez que um amigo meu me disse que homem não gosta de mulher fácil. Por mais interessante que ela seja, se ficar claro que ela tá a fim, que tá apaixonada, perde a graça. E completou dizendo: "homem gosta de sofrer, você não pode demonstrar que gosta dele". O que vocês acham disso?

Resposta:
É o tal `viver de acordo com as regras que alguém criou`.
Pessoas racionais, que valorizam atributos morais, não dispensam alguém simplesmente por que `foi fácil` conquistar tal pessoa. Pessoas que SABEM o que querem, geralmente são fáceis quando identificam aquilo que desejam. E quando a pessoa que se deseja também tem tal nivel de maturidade emocional, os dois `são fáceis`, pois se querem mutuamente, e não há por que esperar pra ser feliz.
Simplesmente por que sabem que ali está o que se quer, então não há razão para fazer `joguinhos` de `puxa-repele`.
E principalmente, não dispensam o outro simplesmente por isso.
O que a pessoa É tem muito mais importância do que joguinhos sociais, para descartar por tão pouco. Em suma, creio que quando se sabe o que quer, quando se conhece o suficiente a si mesmo, a necessidade de tais joguinhos deixa de existir.

Abraços!

Anônimo

Luciano, a coisa que eu mais queria saber é se hoje em dia é facil de encontrar gente assim. Sempre gostei muito de ler sobre relacionamentos, e percebi que o homem gosta de conquistar. Por isso ele gosta de mulheres dificeis (não impossiveis). Também tive a impressão que como o homem gosta de dificuldade, se a moça aceita transar antes do casamento, a seriedade do namoro se esgota na primeira dormida.

Eu mesma acho que nunca namorei por causa disso. Sinto medo de parecer muito fácil e acabar não tendo namoros traquilos, decentes, sérios por causa disso.

Márcia R.:

até hoje não existe nenhuma formula

para o amor....

porque duas pessoas se apaixonam. ? será mesmo porque ela foi dificil..não creio

claro que ninguem gosta de uma pessoa vulgar.....se facil é ser vulgar ..acho que não conquista mesmo

Anônimo

Hoje em dia a menina tem a mente aberta porque nós mesmas queremos curtir a fase do namoro. Nós mesmas queremos casar tarde para poder ser independente financeiramente. Nós mesmas queremos procurar o cara certo (não o ideal), mesmo que isso demore, custe o que custar.

Mas mesmo assim eu conheci rapazes que trairam a namorada. Eu conheci rapazes que não gostavam da namorada. Eu conheci rapazes que trocaram de namorada quando mudaram de cidade.

Mesmo hoje em dia.

Eu conheci menina que sofrerau por causa do namorado, e talvez se elas não tivesse transado não estaria tão infeliz.

Eu não me acho capaz de modificar ninguém propositalmente. Eu ainda acredito que exista homem cachorro fora da carrocinha, e eles são maioria e ainda nos fazem muuuuito infelizes.

Deixa eu explicar uma coisa.

Sexo é bom. Mas coca-cola é bom, ler livro é bom, ir a praia é bom, assistir filme é bom.
Parece que hoje em dia o sexo é a unica fonte verdadeira de prazer pleno, e eu acho que ele está supervalorizado no mercado. É claro que ele é bom. Mas uma mulher só transa com um cara quando confia nele. E se o cara não quer sua confiança, quer apensas sexo por prazer, a mulher sai perdendo SEMPRE na história. Porque ela cria um laço afetivo muito grande com o cara que depois é cortado de forma cruel. Com traição, com "troca de namorada"

Eu não quero simplesmente achar que o cara me ame. Eu mereço ter essa certeza.

Esclarecendo a pergunta da Anônima

Vou colar aqui um comentário que já escrevi em um outro tópico dessa comunidade, Sexo e Namoro, creio que se aplique em uma parte do assunto:

`A maioria dos homens também é bastante complicada. Cultura machista, passada de pai pra filho...
É preciso aprender a pensar:
Vê-se por aí que os homens querem casar com uma mulher `certinha`, virgem, inexperiente.
Aí conseguem. E não vêem aquele furacão sexual que todo homem quer na cama, e sim, uma mulher exatamente como a que procurou: Inexperiente, com complexos, tímida, com criação repressora e cheia de tabus.
Aí se decepciona, e vai procurar as `experientes` por fora.
Acaba em traição, e vira o círculo vicioso que toddos conhecem.
Só que a `experiente` também não serve pra casar, por que já é muito `rodada` e `falada`. No final das contas, qual serve? Nenhuma!
E vive-se insatisfeito... o eterno problema do ser humano...
Nada está bom. E isso não é exclusividade masculina.
Então, percebe-se que isso é um hábito, adquirido através das gerações. Não, não é o habito de não saber o que se quer. É o hábito de não PENSAR, não fazer uso da Razão. Quando se chegar à conclusão que é a experiência que torna uma pessoa madura, que é a experiência e maturidade que são os temperos que tornam uma pessoa mais interessante do que apenas sexo, aí sim, com certeza, esses círculos viciosos vão mudar.
Obviamente, ninguém deseja se relacionar com uma pessoa com passado sexual de promiscuidade absurda, nem por questão de moral, mas sim de saúde. Ninguém quer um parceiro que seja de grupo de risco.

O que interessa, não é o passado sexual da pessoa, mas o Caráter dela.
Se percebe-se que é uma pessoa com caráter e moral elevadas, o passado sexual dela torna-se somente um fato, experiências que essa pessoa viveu, que a tornam mais propícia para viver uma vida sexual mais madura e proveitosa. Portanto, pra quem tem um mínimo de senso de razão, o que hoje em dia acho mais difícil, já que o pensamento começa a se tornar bem mais liberal, entende tais coisas e não deixa de se relacionar por causa disso.
É preciso, sem dúvida, escolher o parceiro com quem se vai ter relação sexual, é preciso conhecer...`

Quanto à fazer sexo ou não, já explanei o que penso aqui. Pra uma pessoa madura, independe se é no primeiro dia ou 6 meses depois. Pois foca-se em caráter, personalidade.

No entanto, cara anônima, percebe-se claramente que você adquiriu uma visão pessimista do `homem`, como nossa amiga disse, um `bicho papão`. E não é assim. A falta de caráter é um mal que está arraigado na nossa sociedade, e é perfeitamente compreensível que crie-se uma certa reserva ou desconfiança generalizada.
Mas é preciso encarar a realidade, existem as excessões.
Você disse que sua amiga estaria `menos infeliz` se não tivesse transado.
Muitas mulheres crescem acreditando que sexo é um `prêmio por bom comportamento` que se `dá` ao homem. Diz-se por aí que a mulher `dá`, é a expressão comum.
Como se a mulher estivesse dispondo de um bem que nunca mais vai voltar.
Sexo é algo para, em primária instância, reprodução. Segundo, sexo é para sentir prazer. Não é para `premiar` alguém, não é para `prender` alguém. Sexo, apesar da preocupação com o prazer do parceiro, deve ser feito também pensando em si.
Portanto, se alguém decide transar, por tesão, por amor, deve fazê-lo para sentir prazer.
Culpar um parceiro por que ele `caiu fora` depois do sexo, é querer usar o mesmo como moeda de troca. `Eu gosto de você, e vou transar com você, mas por causa disso, quero que você se submeta à minha vontade de que você seja só meu`.
Deveria-se pensar assim: `Tenho certeza que gosto de você, e estou com vontade de transar, para MEU prazer de estar com a pessoa que gosto. Espero que seja recíproco, e independente disso, estou fazendo por que QUERO. Independente de ser uma relação duradoura ou não, o faço PARA MIM, e não vou me arrepender do que faço visando meu prazer.`. Obviamente não fazendo apologia à promiscuidade, digo que deve-se transar quando se achar que deve, com quem se achar que deve, no entanto, tirando o foco do sexo como mecanismo para `prender` o homem. A mulher precisa mais do emocional que o homem, o homem é um ser mais sensorial. Satisfeito o sexo, acaba a busca ( contando que seja o vulgo `homem comum`, `cafajeste`, que não pensa em formar pares ). A mulher precisa do emocional satisfeito, sexo é secundário. Por isso, é fácil associar uma coisa com a outra. Transar não é fazer algo para sentir prazer, é fazer algo para dizer `Olhe, está vendo como gosto de você de verdade, e quero que você fique sempre comigo?`.
Ninguém entra em uma relação propriamente dita para terminar logo em seguida, após satisfeitos os desejos do corpo. No entanto, é preciso ser maduro para aceitar que uma relação, para ser continuada, ser duradoura, depende de INÚMEROS fatores além de simplesmente sexo. Sexo é o complemento, é o chantilly do bolo. Uma relação depende de AFINIDADES. Duas pessoas que tem o mesmo objetivo, que compartilham de uma visão da vida, de trabalho, de personalidade, de caráter. Se não existe AFINIDADE em uma relação, dificilmente a relação dura. Independente de haver sexo ou não.
Quantas relações por aí são doentias, brigas por ciúme, traições, possessividade, no entanto, o sexo é maravilhoso, e acaba por se tornar o único laço que prendem esses casais? Isso é muito comum!

Ao analisar essa situação, ponho de lado, de ambas as partes, pessoas sem caráter. Exponho aqui pessoas que tem a ambição de formar pares. Trabalhando em cima destes fatores, chego à essa conclusão. Se achou que deveria transar com alguém, se acha que é sua hora, que é a pessoa certa, transe. PARA SI. Para seu próprio prazer, sem poluir a cabeça com neuras do tipo `e se ele me largar após o sexo`, ou `se ele me deixar após conseguir o que quer?`.
É preciso, ANTES de qualquer coisa, resolver essa situação dentro de si, definitivamente: A pessoa pode te largar por inúmeros motivos. Inclusive esse. Se acontecer, não vou me arrepender, pois fiz o que quis, quando quis e com quem achei que deveria. Fiz por sentimento. Se a outra pessoa me usou, mentiu, o problema é DELA. A falta de caráter é DELA. Não vou me sentir culpada por algo que decidi deliberadamente fazer com intenções honestas.
Libertando-se da culpa, libertando-se da maneira de encarar o sexo arapuca para prender homem, aproveita-se o sexo como deve ser, para ter prazer. Independente do que acontecer no outro dia. Reiterando, que não significa que deva-se sair transando com qualquer um independente de quem seja, sem se preocupar com nada. Ainda é preciso ESCOLHER, é preciso se PREVENIR, é preciso PENSAR.
E confiar nos próprios instintos. Se conheceu alguém, ficou tempo suficiente para acreditar que é uma relação séria, que ambos sentem a mesma coisa, e se pintou a vontade, decidiu que é a hora, vá sem culpa. Não podemos controlar as ações de ninguém, nem cobrar atitudes que achamos certas. Cada um é um universo. Se após essa entrega, você descobrir que o cara não presta, não há motivo para ser `infeliz` só por que transou. Você fez aquilo que quis, com quem quis, para SE agradar, e agradar a quem você gostava. Se a outra parte não soube valorizar o SENTIMENTO, NÃO O SEXO, NÃO HÁ O QUE SE POSSA FAZER. Se foi bom, é o que importa.

É perfeitamente compreensível acatar uma atitude defensiva, e generalizar o mal.
Mas é preciso raciocinar: Muitas vezes, ou na maioria, o tamanho da decepção é proporcional ao tamanho da expectativa ou idealização que se cria em cima de determinada pessoa. Quantas vezes QUEREMOS acreditar que determinada pessoa tem atributos morais, procuramos enxergar isso por que simplesmente queremos estar com aquela pessoa? Aí a realidade nos dá um tapa na cara, e a primeira atitude é culpar aquele que somente é o que é, em vez de culparmos a nós mesmos por tapar o sol com a peneira, ou não desenvolvermos critérios suficientes para saber identificar o que é um `eu te amo` de um `EU TE AMO`. Não é fácil. E só a experiência ensina. E para vivenciar, experimentar, precisamos estar cientes que estamos sujeitos a esse tipo de situação, então devemos estar preparados para lidar com elas. Existem sim, pessoas com caráter duvidoso, e não existe bola de cristal ou aparelho que possa avisar quem quer que seja quem é e quem não é.
Todos nós estamos sujeitos a esse tipo de situação, posso dizer por que estou vivo, e também já passei meus apuros.
O problema não é O MAL que nos fazem, e sim, COMO REAGIMOS a ele.
Culpa-se o outro por `nos enganar`, sente-se a mágoa, o desrespeito, e tudo o mais. Dói.
Mas o fato é que AMAR é doação. Não é troca. Só te amo SE você me amar. Então, se deseja-se AMAR, ama-se, incondicionalmente. Se descobre-se que a pessoa não retribui, que há de se fazer? Aceitar e partir pra outra. Usar o sofrimento em favor de si próprio, de maneira útil, em vez de passar o tempo arquitetando vinganças, ou remoendo situações sem sentido prático algum.
Mais de 90% da população vive esse tipo de apuro. Hoje em dia, ainda mais. Homens e mulheres, seres humanos racionais, ainda mantém INSTINTO. Uma eterna briga entre o querer e o sentir. As pessoas querem algo, mas cedem ao que sentem.

Ou ao que NÃO sentem. O inverso pode acontecer conosco, e tenho certeza que a maioria aqui já teve seus momentos de encerrar uma relação, ou ter que fazer isso por ter se apaixonado por outra pessoa. ACONTECE.
Não tem jeito: se alguém não está satisfeito numa relação, VAI cair fora. Mas geralmente, pimenta no dos outros é refresco. Entao, vamos racionalizar: Uma mulher/homem que TRAI o marido/esposa, com a desculpinha do `minha relação não está boa`, que é a conversa mole mais velha que existe, REALMENTE merece alguém? Acredita-se ainda nisso? Ou procura-se acreditar em tal conversa mole deliberadamente, pois caso seja mentira, podemos botar a culpa pelo nosso sofrimento em alguém que não nós mesmos?
Vamos analisar outra situação: Quem se submete a se relacionar com pessoas comprometidas, espera o quê? Todos temos senso para identificar situações que ofereçam risco. Sim, ninguém disse que entrar numa relação dessa acaba fatalmente em desgosto. Acredito que uma porcentagem muito pequena, mas muito pequena mesmo, possa sair feliz de uma relação dessa. Pode acontecer, afinal, nada se generaliza. No entanto, as chances de se machucar são enormes. Quando se aceita acreditar ou depositar fé nas `promessas de relação terminando`, escolhe-se encarar os riscos que essa relação oferece. Quando a coisa acontece, não adianta viver culpando a outra pessoa. A escolha foi pessoal. Aceitou-se o risco, e tem que aprender a conviver com as consequências. Vendo por outro prisma ainda, geralmente nessas situações, uma das partes sempre é o último a saber. Seja o marido traído, seja a esposa traída. Quem colabora para que uma pessoa seja vítima de traição, ou seja, aceita entrar em uma relação onde alguém será traído, não tem do que reclamar no final, quando a traição, seja em que âmbito for, vier. Não se deveria fazer aos outros aquilo que não se quer para si.
Ao aceitar entrar nesse tipo de relação, sabe-se perfeitamente bem que a esposa/marido da pessoa com quem se está relacionando está sendo vítima de traição, e que aceitar fazer parte disso é ser cúmplice no sofrimento de uma terceira pessoa. E uma pessoa que consegue enganar um marido/esposa para entrar numa situação dessa, independente das razões, também não pode fazer o mesmo conosco? Honestidade, fidelidade, é uma via de mão dupla. Se espera receber, procure dar. Se a relação está ruim, termina-se, e aí entra em outra. Todo mundo sabe que terminar uma relação demora, ainda mais se existem vínculos mais fortes, como casamento, filhos e vida construída em comum. Se realmente existe a urgência, que se apresse o processo de separação. Ninguém, absolutamente ninguém merece ser traído. O mal não se deseja a ninguém. E nessa vida, recebe-se exatamente aquilo que se oferece aos outros… Em último caso, quem está `sofrendo por amor`, `preso a uma relação com uma pessoa que não me valoriza`, precisa, em primeira instância, aprender a valorizar a si mesmo, amar a si mesmo. Saber se bastar, saber apreciar a própria companhia, saber estar solteiro e se sentir bem assim, pois saber-se alguém interessante e de valor, é a chave para não ficar sofrendo por alguém que não lhe merece. Autoestima. Saber ficar bem sozinho, no entanto, sem deixar de procurar o alguém ideal, e não se desesperar caso não achar. Cada experiência pode ser valorosa, e deixar boas lembranças. No entanto, é imprescindível que se enxergue, que muitas vezes, estamos em profundo processo de dependência do outro, e as vezes, de quem quer que seja. Por isso, procurar fazer uma autoanálise, buscar saber se o que se sente, é realmente esse amor todo, ou se é dependência de afeto. Enfim, se sabe que tal pessoa não lhe merece, ou não valorizou seu investimento, nada melhor a fazer que encerrar o assunto, e procurar outra pessoa que saiba lhe valorizar.

Cada segundo perdido lamentando o fato, chorando por quem não lhe merece, é tempo que se perdeu ao lado de pessoas melhores. Nessa vida há que ser prático. Não deu? Paciência, e parte-se pra outra. Chega no objetivo mais rápido quem levanta e continua andando após o tombo, do que aquele que fica sentado lamentando `esperando a dor passar`. Pode soar cruel, mas é assim que funciona. Sim, todos tem seu período de recuperação, mas que não se perca um segundo além do necessário para isso. Solidão não é bom. No entanto, estar sozinho pode ser muito bom e agradável. Fomos programados para formarmos pares. No entanto, o encaixe realmente é algo raro de acontecer, e raríssimas pessoas conseguem isso de primeira, de segunda ou de terceira. No entanto, resta continuar tentando.
Todos somos seres racionais. Sabemos medir as consequências de nossas ações. Entra em barco furado quem quer. Digo isso sem criticar ninguém, ou nenhum dos casos expostos aqui, que são citados com uma grande carga de mágoa. Cada um tem suas experiências e está em seu próprio grau de autoconhecimento. São experiências, fazem parte das escolhas, e principalmente, fazem parte de viver. Creio que deve-se somente mudar o foco da reação, para algo mais positivo. Não deu, a pessoa não valorizou, não foi merecedor. O importante é que se deu o melhor de si. O primeiro pensamento nesses casos é: Homem/Mulher não presta, então agora vou agir assim também. Ao querer se tornar igual à pessoa que nos causou sofrimento, estamos contribuindo para aumentar a população de pessoas de mau caráter na face da terra. E menos de bom caráter vão existir. Já disse em outros tópicos que o ser humano geralmente não deixa de ser honesto após ser roubado. Não se torna assassino após ver tantos assassinatos. Mas geralmente, após uma traição, a primeira coisa que se pensa em fazer é ir lá e fazer o mesmo, para `extravasar`, ou `se vingar`. E geralmente, a vítima da vingança é alguém que não tem nada a ver com o caso.

E cria-se mais um revoltado, que vai lá agir da mesma maneira.
Precisamos ser FIÉIS aos nossos princípios. Sou uma pessoa de caráter, independente do que me fizerem. Sou honesto, independente de me roubarem. Sou o que sou, e vou continuar sendo, independente do que o mundo seja, e minha meta é melhorar cada vez mais. Quanto mais pessoas de caráter existirem nesse mundo, quanto mais pessoas fiéis aos próprios princípios, mais pessoas afins encontraremos pela frente, e mais chances de encontrarmos pares com a mesma linha de pensamento teremos. E procurar olhar as experiências negativas com umas visão mais produtiva e racional, sem mágoas, procurar aprender a controlar os sentimentos, seja mágoa em excesso, seja apego em excesso. E procurar usar tudo isso como alicerce para relações futuras, para adquirir mais experiência e discernimento na hora de escolher um novo parceiro, e saber identificar em si mesmos, as ocasiões em que procuramos acreditar em algo que não é crível, e que fatalmente nos trará sofrimentos futuros.
E por fim, ao procurar escolher melhor as relações, se relacionar sem medo, mas com responsabilidade consigo mesmo, cientes de que podemos vir a sofrer, ou não, e que tais sofrimentos, se houverem, são frutos de nossas escolhas. E se a culpa for do "mau caratismo" alheio, saber aceitar e enxergar que quem está errado é a pessoa que falta com honestidade. NUNCA está errado quem age baseado em sentimentos sinceros e honestidade no coração.
E cada experiência servirá de alicerce para a próxima. Desde que feito com responsabilidade, maturidade e consciência de que sexo não é prêmio e não se segura ninguém com isso, e que deve ser feito com o objetivo de obter prazer com quem se gosta.
Creio que já escrevi demais, pra variar. Finalizando, Anônima, percebe-se nas suas palavras que lhe falta ainda experiência de vida nesse setor ( Você mesma disse que nunca namorou por causa disso, seus conceitos, ou "pré-conceitos", são calcados em idéias, não em experiências ), e que você ainda carrega fantasias sobre o que é sexo e relação homem/mulher. Procure analisar, fazer uma reflexão bem profunda sobre o assunto, sobre as ações, sobre as reais intenções, e fatalmente, você atingirá um ponto de equilíbrio, e se livrará dessa `mágoa` que te acompanha. Viver significa experimentar, participar ativamente dos acontecimentos, e não simplesmente sentar na janela e ficar olhando a vida passar lá fora, enquanto você fica criando várias conclusões sem experiência prática nenhuma.
Viva, sem medo, sem arrependimento e sem remorso. Namore, termine, sofra se necessário, mas viva! Pode apostar, também terão experiências MUITO alegres e positivas. A vida não é só feita de desgostos. Se livre dessas idéias pessimistas e de tanto medo, viva, e use suas experiências negativas como alicerce para o futuro, em novas experiências que podem ser muito felizes e positivas.
Vá viver, sem medo!

Abraços!

Anônimo

ao luciano

Luciano,

parabéns pelo que escreveu,
por mais que esteja envolvido numa situação assim, em 1,7 anos eu vi o tempo que perdi e em suas palavras vi o quanto pensava assim mas nunca agi assim por medo, ou outra coisa parecida.

conclusões minhas so se fortalecem após ler tudo isso e ver que não só eu penso assim também apesar de em momentos não saber sair e seguir o que queremos por medo, ou algo parecido. ou quem sabe comodismo pois os "picos" de felicidade como costumo atribuir aos momentos parcelados dos encontros, enganam a gente e noz fazem achar que estamos bem, e na verdade estamos apodrecendo por dentro numa situação que deixamos de ver outras coisas mais interessantes e com idéias melhores e mais férteis pra viver em paz e com harmonia.

grande abraço
anonimo Y

Comunidade Comportamento & Relacionamento