sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Infidelidade Conjugal

Recebi a seguinte mensagem:

Por necessidade saí procurando e encontrei um artigo que voce escreveu.

Sou casada há 30 anos e tenho enfrentado alguns problemas em relação à traiçao. E isto me faz sofrer muito.
há seis anos passei por uma situação delicada, entrei em depressão, foi horrivel, embora lembre sempre, posso até dizem que não sofria mais.
Recentemente descobri várias mensagens de uma pessoa declarando amor ao meu esposo e falando o quanto o ama. Foi horrivel. No começo negou, mas terminou confessando em parte.
Estou arrasada, e tenho muito medo de novamente entrar em depressão e ver-me mais uma vez diante de um neurologista e numa cadeira emfrente a um psicologo, o que na verdade é deprimente, humilhante e mesquinho.
No momento o meu unico desejo é a separação.
Mas pra mim está sendo horrivel. Deixei tudo para trás, terminei faculdade, mas ele sempre da maneira dele me impedia de trabalhar, e sempre que começava alguma atividade, do jeito dele, me fazia desistir. Na verdade ele tinha muito medo que eu o deixasse.
Hoje encontro-me com 54 anos, não tem mercado de trabalho pra mim,
Estou arrasada, sofrida, machucada, ferida e muito envergonhada.
Uma vez que não está incerido no problema, se você puder me dar algum parecer, fico muito agradecida.
Acredito que quando no relacionamento estas coisas acontecem é porque o respeito acabou.
Aguardo uma resposta, pelo menos pra amenizar minha angústia.
Acredito que deixa-lo é um ato de dignidade.

Resposta:

Olá!
Em relação ao seu problema, e ao de qualquer pessoa que me procure, sempre deixo claro que emito opiniões pessoais, pontos de vista particulares, e não digo o que se `deve ou não fazer`. Decisões a respeito da vida de terceiros não cabem a mim. Nem tenho esse direito. Cada um decide por si mesmo o que é melhor a fazer. Mas como algumas pessoas acham minhas reflexões pertinentes, entendo que venham me perguntar o que acho dessa ou daquela situação.
No seu caso, citando superficialmente, levando em conta apenas os poucos dados que você me apresentou através do seu e-mail, posso dizer algumas coisas, igualmente superficiais:

Você diz que está `arrasada, e tem muito medo de novamente entrar em depressão e ver-se mais uma vez diante de um neurologista ou numa cadeira em frente a um psicólogo, o que na verdade é deprimente, humilhante e mesquinho.`.
Não consigo entender o que há de deprimente, humilhante e mesquinho em procurar ajuda de um profissional para adquirir estabilidade emocional para lidar com um problema. Quando estamos doentes, procuramos um médico para cuidar de nossas doenças, e não achamos deprimente, humilhante ou mesquinho cuidar da nossa saúde física. A saúde mental é tão importante quanto a física, e se existem profissionais dessa área, nada mais justo que procurá-los, de acordo com as condições de cada um, para cuidar de um problema de ordem emocional. Ao estar `numa cadeira em frente à um psicólogo`, você está na frente de um profissional, que está ali para te ajudar a resolver um problema. Muito ao contrário de humilhante ou mesquinho, é uma situação muito lógica e racional, pois assim como o médico está ali para lhe ajudar, você está ali para SE ajudar. Procurar ajuda não tem nada de humilhante. Raríssimas pessoas tem tanta auto-suficiência a ponto de `não precisar de ajuda`, e pelo que você deixa claro, você precisa sim de ajuda, mas tem conceitos de orgulho ainda arraigados em sua mente, pelos seus comentários. Se precisa de algo, vá atrás. Expor seus problemas a um profissional, que por ética deve prezar pelo sigilo das informações que você disponibiliza, não tem nada de humilhante, mas sim, de natural. O sentimento de `humilhação`, apesar de compreensível pela situação apresentada, não é logico, nem racional. Esse sentimento é criado dentro de você mesma, pois ainda está presa aos conceitos da sociedade de que uma mulher traída é uma `vítima`, derrotada e humilhada. Não existe nada disso, visto que aparentemente, você não procurou essa traição. E mesmo que tivesse dado motivos para isso, quem trai é quem possui responsabilidade. Supondo que mesmo que você possa ter dado motivos, ele não foi maduro o suficiente, como a maioria das pessoas hoje em dia, para tentar ter uma conversa madura e resolver o assunto da melhor maneira, mesmo que culminasse num pedido de separação. Ambos estariam livres para seguir o caminho que desejassem, sem atitudes que merecessem ser escondidas. Sem mentiras ou traições, honrando um compromisso firmado. Portanto, não existe vítima. Não existe humilhação. Existe uma pessoa ferida, em seu orgulho, magoada em relação aos seus sentimentos ( que você não deixou claro, em momento algum, se existiam ou não ). Então, se pode procurar ajuda, faça isso. Existe muita gente precisando, e gostaria de poder contar com tratamento psicológico, que nesse caso, não se trata de uma doença crônica, e sim, de uma condição, provavelmente temporária. Uma traição pode ferir demais, ou de menos, independente de tamanho de sentimento. É cada um que produz seu escudo contra o sofrimento. Você tem 54 anos, mas não creio que possa ser considerada inválida. Acredito que muitas portas podem ser abertas sim, para que você possa se manter num grau de independência financeira, caso se separe. Difícil?? Sim. Impossível? Não.
Existem muitas senhoras trabalhando por aí. O seu caso não seria de exclusividade onde nenhuma porta possa estar aberta. Citando exemplos comuns, quem quer trabalhar não escolhe emprego. Mulher tem muitas opções para trabalhar por aí, desde que o orgulho não atrapalhe, seja cozinhando, costurando, ou qualquer atividade do gênero. Como já possui formação superior, talvez um curso de atualização possa ajudar a retomar o tempo perdido. Você faz seu caminho. Pode começar com atividades mais modestas para custear um curso desse, e depois entrar na profissão. Enfim, opções não faltam, e creio que você é madura o suficiente para buscá-las.
Um erro comum é deixar o marido `não deixar a mulher trabalhar´. Uma mulher segura de si e independente, não se fia à promessas de que um marido vá a sustentar pelo resto da vida. Situações como a que você mesma está vivendo mostram isso, mas uma maioria, seja por imaturidade, comodismo, ou outras situações, acabam acatando essa situação. Existe um lar para ser administrado, existem filhos para serem criados, inúmeras situações podem contruibuir para uma situação dessas, mas mesmo nesses casos, após uma certa idade dos filhos, uma mulher pode retomar seu caminho. Não estou julgando a sua situação, pois não conheço seus motivos, mas pelo que você mesma disse, dependeu de você sim, e do seu marido, a decisão de que você não trabalhasse, afinal, ele criava os motivos para não deixar, e você os acatava. Então ele quis, e você deixou.

`Prendê-la` em casa, mostra exatamente o que você disse: Ele tinha medo de que você o deixasse, e para que você não encontrasse motivos para isso, lhe colocou um cabresto, que você, seja por que motivo foi, aceitou. O inseguro, no caso, é ele, pelo meu ponto de vista. Ele ainda precisa de auto-afirmação no sentido de se sentir ainda `homem`, conquistador, saindo com outras mulheres. Isso em resumo, significa imaturidade, falta de conhecimento de si próprio, não propriamente `maldade`. Não justifico com isso, ou amenizo, uma situação de traição. Ao assumir um compromisso, qualquer pessoa tem por obrigação procurar amadurecer, focar e investir na relação. Investir não somente na área financeira e material, mas muito mais ainda na sentimental e emocional, procurando crescer como pessoa, como ser humano, amadurecer, eliminar más tendências, adquirir boas. Mas como é um processo individual, depende única e exclussivamente de cada um. E nem sempre as pessoas andam no mesmo passo, ritmo ou velocidade que nós. E muitas vezes também nós não acompanhamos outras pessoas, por preguiça, ou por falta de compreensão.

Você disse que quando essas coisas acontecem no relacionamento, é por que o respeito acabou. Pode ser. Ou por que nunca existiu. Ou por que a maturidade não chegou. Podem ser inúmeros motivos.

Por isso, independente da situação que nos encontremos, temos sempre que focar em nosso crescimento emocional, pessoal. O ser humano é criado para estudar para ganhar dinheiro. O foco é sempre o financeiro. O Ter um EMPREGO melhor. Um SALÁRIO melhor. Um STATUS melhor. Raras pessoas estudam para CONVIVER melhor. Para VIVER melhor. Para SE RELACIONAR melhor. Para AMAR melhor. Isso é passado de geração em geração, é quase automático. Depende de cada um enxergar o que lhe é mais precioso, e focar igualmente nas duas situações, não somente em uma, pois a financeira também é importante. Enfim, seu marido fez aquilo que achou que devia fazer. Uma escolha dele, direito sagrado. Até errar é um direito sagrado. No entanto, cada um arcará com as consequências dos próprios atos. Não digo aqui vingança. Se ele não queria lhe perder, agiu de maneira a conseguir isso. Tardou, mas não falhou. Mentiras sempre, invariavelmente, são descobertas. Cedo, ou tarde. Mas acontece.

Como se trata de escolhas, você escolheu, e ao acatar as vontades dele, ficou bom para ambas as partes, até o presente momento. Apesar disso, não se deve culpar por decisões tomadas. Você fez o que achou melhor fazer naquele momento, com sua maturidade do momento. São escolhas, e não se deve lamentar por elas. Somente lidar com as consequências dessas escolhas da melhor maneira possível. Sem arrependimentos. Focar na solução do problema atual, o que é prático e resolve. Focar no que deveria ter sido feito é perda de tempo, e de energia. O que está feito, está feito.
O problema hoje, é o que tudo isso causou. Seu sentimento de dependência, aliado à traição.
Se separar é uma decisão muito particular. Nenhum lar deveria ser constituído sem amor, mas muita gente ama sinceramente, outras acham que amam, e outras fingem. Seja qual for o caso, um lar é formado, e podem haver descobertas desagradáveis. Como lidar com elas? Existem tantas opções. É preciso analisar com calma, e equilíbrio emocional, antes de se decidir. Por isso, nada melhor que procurar ajuda profissional para ajudá-la a tomar a decissão que achar mais acertada.
Perdão é algo muito particular, e dizer para perdoar, ou não perdoar, não é uma ajuda muito prática. Vai dos seus sentimentos, aliados à equilíbrio emocional suficiente para pensar e chegar na decisão mais acertada.

Outro ponto que não ficou claro: Tem filhos? Já criados?
Se sim, que lhe impede de começar uma nova vida, caso acredite que a relação não mereça mais uma tentativa? Novas rotinas, sair, novas amigas, novas roupas, novo cabelo, etc? Jovialidade não sse encontra na idade, e sim no espírito. Se você se considera velha demais ( o que não é ), novamente seu poder de decisão escolheu seu caminho. Se tratará como uma velha, pensará copmo uma velha, agirá como uma velha. E consequentemente, será tratada como tal. Com todas as consequências.
Existe sim, outras opções. Basta ter coragem de encará-las, e as consequências, positivas ou negativas de cada escolha. Cabe a você buscar cada opção existente, analisar, tentar buscar cada consequência possitiva ou negativa de cada uma, e escolher a que melhor se encaixe nos seus anseios.
Sofrer também é uma escolha. Ser vítima também. Você pode escolher ser uma nova mulher agora, ou ser agora a que deveria ter sido antes. Você pode. Independente, madura, auto-suficiente, segura de si, com auto-estima elevada. Escolha, aja, e será.
Ação gera reação. Não se esqueça disso. Você escolheu viver ao lado dele, por 20 anos mesmo apóss a traição. Muito louvável, perdoar e tentar de novo. Não é qualquer um que consegue perdoar uma traição. Na maioria das vezes, é a mulher quem perdoa. Vc escolheu. Mas nesse período todo, houveram conversas? Existiram `motivos` para essa traição, promessas, etc? E hoje, ao perceber o que aconteceu, as tentativas foram reais? É algo que falta saber, o que ocorreu nesses dois períodos. Como é a relação de vocês dois, com os filhos, etc. O que ELE diz a respeito de tudo isso? São mais dados, que podem incrementar a visão, ainda superficial, que tive sobre o que você me escreveu.

Deixá-lo é um ato de dignidade? Se acredita nisso, realmente, aceite suas escolhas, e esteja preparada para as consequências.
Tanto quanto permanecer com ele. Pese prós e contras, e faça a escolha mais acertada. Procure um advogado, veja quais suas opções, inclusive em relação à pensão.

A única coisa que recomendo, enfim, é que procure sim ajuda profisssional para lidar com a situação. Mal não vai fazer, pelo contrário, pode fazer muito bem, te ajudar a recuperar a auto-estima perdida, a auto-confiança, a auto-suficiência. Tanto um psicólogo, como um bom advogado.

Pressa, é inimiga da perfeição. Estabilize-se primeiro, tanto emocionalmente quanto financeiramente, antes de qualquer atitude.

Aguardo comentários

Abraços!

Continuação:

Obrigada pelo que você escreveu!

Se não resolveu o problema (é claro não era esta a intenção), me acalmou bastante.
Realmente tomar uma decisão não é fácil, pricipalmente quando se tem trinta anos de casamento.
Quanto aos nosso filhos já são todos casados. Eles nunca interferiram no nosso relacionamento, só são muito sinceros quando falam quem está certo ou errado.
Para ficar bem esclarecido sou casada há trinta anos. Meu primeiro namorado foi ele e o unico homem até hoje.
Com dez anos de casada, ele relacionou-se com alguem. Este período foi muito dificil pra mim e meus filhos ,pois eram todos pequenos e ele deixou de coumprir com as despesas financeiras. Ele voltou para ficar conosco alguns meses depois. (claro que o perdoei ) e neste assunto nunca mais se falou.
Há seis anos atras novamente ele arranja outra namorada, foi quando o meu mundo quase desabou. Foi loucura total...
Embora sofrendo muito, mais uma vez o perdoei e neste assunto tambem não se falou mais.
Na verdade ele sempre namorou, eu é que deixava passar. Só que como estes últimos casos foram os mais serios, me fizeram realmente sofrer.
Todos os perdões, todas as renúncias foram por amor, puramente amor. Só que para muitos, amor e sexo nada tem haver. Só que para mim tem sim!
Falar do nosso relacionamento você não vai jamais acreditar , durante este periodo, nunca brigamos feio, ele sempre me tratou com carinho e delicadeza, nunca nem sequer me soltou até hoje um palavrão. O meu tratamento para com ele é de muito carinho. Nunca passa dois dias sem que ligue fazendo uma decalaração de amor, e entre ele e meus filhos sempre escolhi a ele. ( eu sou uma idiota ) e tenho raiva de mim por isso.
Novamente ele apronta. E tenho certeza que ele está com esta pessoa, pois pedi que ligasse pra ela e desfizesse tudo, mesmo que fosse pra me enganar e ele não fez.
Até quando eu vou ser Amelia ou Maria Madalena, sentimentos existem , traição dói e perdão... já nem sei se terei novamente condições de suportar outra, tenho quase certeza que ele não vai parar.

Agradeço imensamente a consideração que voce teve para comigo, e a maneira responsável com que tratou o assunto, que Deus continue te abençoando grandemente e que voce continue ajudando pessoas que sofrem.
* Sim , o artigo foi. " Homens gostam de sofrer?"

Resposta:

Bom, pelo que escreveu agora, diz que os filhos estão criados, e não existem mais deveres ou compromissos na administração de um `lar`. Seu marido realmente, através dos perdões sucessivos, não soube valorizar a relação que tinha. Se chegou em seu limite, e acha que deve mudar a regra que tem sido seguida até agora, vá em frente. Como dizem, `se você sempre faz as mesmas coisas, pode esperar sempre os mesmos resultados`.
Não a acho uma `idiota` por ter feito sua parte no seu casamento. Cada um dá aquilo que tem. Você deu amor e carinho. Não entendi o que quis dizer com `alguns dizem que amor e sexo não tem nada a ver, mas pra você tem`. Seria a tal definição de que sexo e amor são coisas diferentes? Se sim, eu também acredito nisso. Sexo se faz, amor se sente, como diz Flávio Gikovate. Obviamente, não significa que você deva amar um, e fazer sexo com outro. Sou fã da monogamia. No entanto, a distinção sexo/amor é algo que faz sentido. Se você leu o que escrevi em meu blog, recomendo que assista as duas palestras em video que se encontram lá. Dr. Flávio Gikovate explica formidavelmente essa distinção.
Voltando, não tenha raiva de si mesma. Você apenas deu aquilo que era capaz de dar, amor e uma boa dose de perdão. Sem dúvida, ninguém pode dizer que você fez algo de errado. Ele é que se acostumou mal aos seus perdões, e encarou isso como sinal verde para continuar fazendo o que queria. Ele é que não lhe valorizou. Então mude o foco. Não é você que merece ser chamada de idiota, e sim, ele. Você ofereceu coisas boas. Ele não deu valor. Você deu seu melhor, e não deveria se sentir arrependida por isso. Costumo dizer que uma pessoa íntegra é fiel mesmo após traída, é honesta mesmo após ser roubada. Não muda o que é por causa de terceiros. DIgo isso, obviamente, citando valores morais. Não como um incentivo a se manter incentivando comportamentos negativos nos outros através de perdões sem fim.

Outro detalhe: O que é perdão?
Perdoar é não manter sentimentos negativos de ódio, rancor, mágoa, em relação à outra pessoa, causadora de nosso sofrimento.
É entender, assim como Jesus soube, que não existe maldade propriamente dita na maioria das ações, e sim, ignorância.
Ao entender que o causador do sofrimento é um ignorante, em questões de amor, você acaba por reconhecer que ele é apenas um ser ainda na infância emocional e psicológica, e como qualquer criança, merece chances e perdões por suas faltas.

No entanto, é preciso entender que perdoar, no caso de um adulto, não significa necessariamente se manter ao lado da pessoa que lhe causa sofrimento. Perdoar é uma coisa, se manter ao lado é outra. Você pode perdoá-lo, sem no entanto manter a relação. É uma escolha. Sem dúvida, o perdão nos alivia de uma carga negativa muito grande. Deixamos de carregar uma bagagem pesada e ruim, e damos espaço à novas opções de preenchimento. Talvez seja essa a nova oportunidade que você precisa.
Após tudo isso, sem dúvida, creio que seja muito difícil ele parar o que se tornou hábito por 30 anos. Não posso dizer que você deu chances demais, e que isso acabou incentivando esse comportamento, nem dizer que deve encerrar as chances e se separar. Essa é uma decisão sua. Mas sou propenso a acreditar que você, ao perdoar tantas vezes, agiu com o coração e sentimentos sinceros, ou seja, deu o melhor que havia dentro de você, e isso não merece reprimenda. Você foi corajosa. Investiu na relação até o último centavo. Então, não se culpe. Investir é isso: Assumir o risco de perder.

Finalizando:
Sem dúvida, os exemplos de outras pessoas podem servir de alerta à outras, e é por isso que costumo publicar as situações que acho interessantes. Pode ter certeza que respeitarei sua privacidade, e sem dúvida, seu caso pode servir de alerta a muitas outras pessoas.
Estou à disposição para debater o assunto, casa sinta necessidade.

Abraços!

Continuação:

Pensei que não iria mais te importunar, mas vou responder as perguntas que me fizeste.
Estou bem mais aliviada, pelo menos pude desabafar, e você deu atençao ao meu caso de uma maneira digna e muito atenciosa, (embora minha cabeça esteja a mil, os pensamentos fluem de maneira incontrolável ).
Tomar uma decisão desta não é nada fácil pra quem está inserida no caso, as coisas tomam outra dimensão, você entende, na verdade só quem pode decidir sou eu mesma.
Quero agir como sempre agi, de maneira que ao colocar a cabeça no travesseiro não venha a me arrepender, pois consciência pesada dói muito...
Realmente o caso é serio, uma vida é uma vida, tudo que você falou é real, concordo plenamente.
Resposta -Assisti na integra os dois videos e foi ai que eu falei que acredito piamente que amor tem muito haver com sexo sim, é complexo explicar meu ponto de vista, principamente pra não tomar muito o seu tempo. transar por transar é coisa de animal, agir instintivamente. talvez por ter tido uma criação bem rígida e bastante conservadora, continuo valorizando fidelidade.
Sempre joguei limpo com meu esposo, sempre falei pra ele que as pessoas têm o direito ser feliz, se não dá certo com uma pode ser com outra, e se um dia ele viesse a gostar de outra pessoa, antes que um laço amoroso se formasse ele me falase de imediato, jamais eu iria importuná-lo e torná-lo infeliz. Sempre pedi pra não me enganar como fazem em geral os demais.

Voce já é conhecedor de quase toda minha historia, estou me sentindo num divan e acredite está sendo um bom alivio pra mim (não estou te usando como saco de pancada) na verdade estou desabafando e confiando na sua dintegridade.
Na verdade não queria desabafar com um homem, dá uma vergonha... traição dói muito. Doi tanto que nem dá pra explicar. Digo a você: a dor da traição é diferente, é uma dor que queima até a alma, dilacera, incomoda, corrói, destrói até a alma.
Faltando quinze dias para o casamento rompi o noivado, pois soube que ele iria me impedir de continuar os estudos e não iria permitir que eu trabalhasse. Resolvi concluir a faculdade.
Um ano depois do rompimento reatamos o noivado e no dia da conclusão de grau nos casamos.
Desculpa meu amigo, os pensamentos estão embaralhados as palavras já não estão mais coodenando as lagrimas não estão cessando.
Agradeço a Deus por voce ter me dado atençao.
Pelo menos expus parte da minha dor , se é que isso me serve de consoso.
Pra finalizar sempre acreditei que ninguem tem direito de fazer ninguem sofrer e na verdade eu preciso me amar.
Com muito carinho e respeito a sua atençao de coração deu te digo

Muito obrigada por me dar atenção

Resposta:

Quanto à sua resposta, sim, amor deveria estar ligado ao sexo, mas são duas coisas distintas. Creio que não ficou claro.
Sem dúvida, sexo por sexo é instinto somente. Sexo é instinto, amor é sentimento. A união das duas coisas torna a relação plena. Difícil viver só de amor, tanto quanto só de sexo. Mas amor sem sexo é algo possível de ser realizado, até por que em casais de mais idade, quando os hormônios já se aquietaram, quando problemas de impotência surgem, ou simplesmente o fogo sexual se acalma, o sentimento mantém a ligação. Sexo sem amor, é apenas um ato, que satisfaz uma vontade imediata, mas não preenche nem cria vínculos duradouros, gerando mais vazio, que precisará ser preenchido novamente, e temporariamente, com sexo fugaz. Basicamente isso.

No entanto, repetindo, são duas coisas diferentes. Se assistiu a palestra, viu a parte em que ele cita o fato de fazer sexo com a pessoa que ama, e após satisfeito o desejo da carne, ainda persiste a vontade de permanecer ao lado daquela pessoa, e não o `o que faz esta criatura ao meu lado`. Creio que agora ficou claro.
Fidelidade e monogamia, ao meu ver, significa progresso social, moral e espiritual.

Mais um motivo para não se culpar: Você pediu para que ele não lhe enganasse. E ele o fez. Escolha pessoal. Agora as consequências...

Sei que não me usa como saco de pancadas. Entendo que desabafo é muito bom, alivia o peito. E não me custa nada ouvir ( ou ler ).
Outra coisa, não existe motivo de vergonha. Você é que transforma o caso em uma situação vergonhosa. Não é. É apenas uma situação. Como várias outras.
Você fala como se fosse a única conhecedora do sentimento de traição. Não é. Compreendo que cada pessoa reage de uma maneira à determinadas situações, e acredite, não precisa ser tão doloroso quanto lhe parece.
É preciso encarar tais situações de maneira prática: Você não está `perdendo` algo bom. Está se `livrando` de algo ruim. Toda mudança gera ansiedade, mas se encara de maneira positiva, a dor se torna mais amena.
Sim, sem dúvida, é preciso se amar, sempre em primeiro lugar. E sofrer por algo que não vale a pena, por algo que não é ou não foi, é desperdício de energia. Sofra o que for preciso, chore, mas nem um segundo além do necessário. Guarde energias para o que precisa ser feito, para as mudanças, para se restabelecer e continuar caminhando.

Como você disse, não gosta de dormir com a consciência pesada. Portanto, mil vezes receber o mal do que fazê-lo. E nesse ponto, sem dúvida, sua consciência está tranquila. Então não tem por que se preocupar. Você deu o seu melhor. Fez sua parte.
Bola pra frente, espero que tome sua melhor decisão, e que tudo seja ( e será ) sempre para o melhor.

Boa sorte, e precisando, pode me escrever.

Abraços!

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